Esse blog tem por objetivo compartilhar o conteúdo literário que desenvolvo desde 2013,
e por consequência, a minha visão de mundo, a paixão pelo multiculturalismo e as influências artísticas. Além disso, também é um espaço de promoção e compartilhamento de conteúdos culturais ligados especialmente ao audiovisual, como clipes e temáticas relacionadas às músicas de diferentes países, além da própria literatura que é o foco principal deste blog.
Pessoal, é com grande satisfação que fecho o ano de 2022 com esse post sobre o meu top 3 (parte 2) de músicas que marcaram o início da minha jornada literária. Fase que vivi dos 14 aos 17 anos, sendo que as canções apresentadas aqui foram de fundamental importância na construção do meu imaginário e assim firmaram os alicerces tanto da narrativa em prosa como das diversas poesias que escrevi à época.
Para quem não pode acompanhar a parte I dessa lista, deixo aqui abaixo o link. Naquela ocasião, escrevi um pouco sobre Christopher Cross, Giorgia & Eros Ramazzotti e Emmelie de Forest, quatro artistas de diferentes períodos e países.
Dessa forma, a proposta desse post também se encaminha nesse sentido e aqui trarei um pouco da carreira e das músicas escolhidas de Eric Clapton, Agnetha Fältskog (ABBA) e Rod Stewart. Aqui teremos uma canção dos anos 1990 (época que não inseri nenhuma música na parte I desse tema), e duas músicas da última década, e que estão intensamente conectadas com a minha trajetória literária e de vida.
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O guitarrista inglês, Eric Clapton, de incríveis 77 anos, dispensa apresentações e se consolidou ao longo de várias décadas como uma referência no blues mundial. Ainda nos anos 1960, Clapton já tinha seu nome consolidado pela crítica e pelos fãs, após passar por bandas como The Roosters, Yardbirds, John
Mayall & the Bluesbreakers e Cream, ainda que ao final daquela década a presença de Jimi Hendrix (EUA) em solo inglês, possa ter colocado Eric Clapton em segundo plano.
Os anos 1970 e 1980 foram marcados na carreira do guitarrista por diversas brigas com alguns integrantes da Cream e problemas com drogas e alcoolismo. Além disso, companheiros de profissão como o próprio Jimi Hendrix e Duanne Allman dos The Allman Brothers, contribuiram ainda mais para o triste estado de espírito que se encontrada Clapton no período em questão.
Mas foram os anos 1990 que trouxeram Clapton novamente à glória, com um prêmio Grammy em 1993, com MTV Unplugged e o álbum From The Cadle, com sucessos dos blues, além de Retail Therapy, e parcerias com Santana e B.B. King. Na mesma década, Clapton conheceu sua esposa Melia McEnery com quem possui três filhos.
A canção Change the World, lançada em 1996, alcançou o 19º lugar na Billboard Hot 100 daquele ano, bem como foi premiada como canção do ano pelo Grammy Award. A música em si tem uma letra fortemente marcada pelo caráter romântico, como uma declaração de amor. Mas enxergando a canção com os "olhos de um adolescente" e não somente pelo idealismo "dessa fase" de querer "mudar o mundo", mas principalmente porque a expressão "change the world" frequentemente é associada aos movimentos de ativismo ambiental, e quem conhece a minha trajetória acadêmica à epoca e principalmente da pessoa que eu nutria forte interesse, ou mesmo que se aventurou em alguns versos da minha poesia escrita à época, certamente entenderá a associação e o símbolo do título dessa canção.
Obs: Recomendo tanto aos fãs de blues, como os de Eric Clapton e aos que gostarem dessa música, a clicarem no link abaixo, onde deixarei a vocês uma versão interpretada pela cantora brasileira Blubell, ótima revelação brasileira (e sucesso de crítica) no blues há pelo menos dez anos, e que naquele período também tinha o costume de ouvir por diversas vezes no rádio.
A cantora sueca, Agnetha Fältskog (72 anos), certamente colocou o nome no hall da fama dos maiores artistas da história da música junto à banda ABBA, pelo estrondoso sucesso na Europa, após a vitória no Eurovision em 1974, com a música Waterloo. Ainda assim, a cantora tinha uma carreira "dupla", pois ao mesmo tempo, também lançava músicas em sua trajetória solo, iniciada ainda nos anos 1960, na Suécia e Alemanha.
Quem quiser saber mais sobre o Eurovision e como funciona esse concurso musical entre países europeus, segue link abaixo de um post no meu blog sobre o tema:
No início dos anos 1980, após a separação de Agnetha e Björn, bem como a de Benny e Frida (todos estes integrantes do ABBA) e após realizarem diversas turnês, inclusive nos Estados Unidos, o grupo resolveu encerrar as atividades em 1982 e cada um de seus integrantes optou em seguir caminhos diferentes. Ainda naquela década, Agnetha gravou seus primeiros álbuns em língua inglesa e após o lançamento de um álbum de estilo infantil (Kom Folj Med I Vår Karusell), em 1987, com o filho Christian Ulvaeus, à época com 10 anos, decidiu se retirar do mercado musical e da mídia por longos anos, reaparecendo somente em 2004 com o lançamento de um novo álbum (My Colouring Book). A cantora sueca também marcou presença publicamente na estreia do musical Mamma Mia! em 2005 e do filme também com o mesmo tema, em 2008.
Mesmo assim, os fãs da cantora sueca precisaram novamente aguentar uma longa espera de oito anos, para o lançamento de um novo álbum em 2013, intuitulado "A". Além de apresentar um dueto com Gary Barlow, Agnetha também marcou presença em programas da televisão britânica, o que também a ajudou a alavancar a canção "When You Really Loved Someone", no top 10 britânico e de mais oito países como Alemanha e Austrália, por exemplo, além de render quatro discos de ouro.
A música em si, trata sobre a dificuldade de "desapegar" em relação à uma pessoa amada que fez parte da trajetória de vida da pessoa e como essa pessoa, além de ser naturalmente única, também a ausência dela pode trazer importantes mudanças de vida, sendo os versos um convite da compositora à deixar tal sofrimento no passado e reorganizar a vida para o futuro. Ainda que o sentido completo da canção não se aplique necessariamente àquele período da minha vida pessoal, a intensidade pela qual o sentimento é apresentado na música pode ser facilmente vinculada ao grau de emoções pelo qual estamos expostos em nosso período adolescente.
Rod Stewart - It's Over
Não podemos deixar de apresentar brevemente Rod Stewart, ainda que novamente se trata de um cantor que dispensa apresentações, famoso e consagrado em diversos países, por sucessos alcançados especialmente entre os anos 1970 e 1980, inicialmente no Reino Unidos e Europa e posteriormente nos EUA e demais países.
Nos anos 1960, Rod esteve envolvido em diversas atividades, desde jogador de futebol, até pintor de impressão à tela, e também participou de protestos em favor do desarmamento nuclear. À época participou de algumas bandas locais, até gravar seu primeiro àlbum solo em 1969 (An Old Raincoat Won't Ever Let You Down), além de ter se juntado à banda The Faces, por onde se consolidou por entre o público estadonidense. Já em 1974, o cantor optou por seguir somente a carreira solo e no ano seguinte se mudou para os EUA devido ao romance com a atriz Britt Ekland. Já em 1978, atingiu o auge de sua carreira com o single "Da Ya Think I'm Sexy?", que não só chegou ao primeiro lugar na Billboard, como vendeu mais de quatro milhões de cópias e em 2004 foi incluido no top 500 melhores canções da revista Rolling Stone.
Os anos 1980 foram de algumas conquistas notáveis para o cantor britânico, ainda que em menor proporção do que na década anterior. "Baby Jane" (1983), por exemplo, foi o último single a alcançar o topo das paradas britânicas, e "Downtown Train" (1989) conseguiu o segundo lugar nos Estados Unidos. Mesmo assim, os shows da turnê de Rod pela América Latina acumularam diversos estádios lotados em países como México, Argentina e Brasil (100 mil pessoas no Rock in Rio (1985) e impressionantes 3,5 milhões na praia de Copacabana em 1994, transformando-se pelo Guinness Book no maior show de rock gratuito da história).
Após uma passagem musical muito discreta no restante dos anos 1990, em termos de novos trabalhos musicais, os anos 2000 marcaram para Rod Stewart o início e a consolidação do projeto de gravação de "songbooks", ou seja, álbuns que reuniam grandes sucessos na história musical regravados pelo cantor britânico. Além disso, não posso deixar de mencionar a participação de Rod no concerto em homenagem ao "Jubileu de Ouro da Rainha Elizabeth II" em 2002. No mesmo ano, seu trabalho musical atingiu 100 milhões de discos vendidos em toda a carreira até aquele momento.
Já na década seguinte, enquanto 2011 e 2012 foram marcados por canções voltadas à temática natalina, em 2013, o álbum "Time" trouxe o artista novamente para o rock romântico, possibilitando ao cantor voltar para o topo das paradas de sucesso britânicas, após mais de 30 anos sem atingir tal feito. Para falar desse álbum, ainda que brevemente, preciso revelar que tempos depois em que o mesmo foi lançado, lembro-me de ter dado-o de presente para a minha mãe no aniversário dela. Certamente um cantor também muito querido por ela e que após tantas décadas voltava a tocar nas rádios frequentemente com novos sucessos, tal como ela estava acostumava a ouví-lo nos anos 1970 e 1980, em 2013 tanto com "Time" (a música que dá nome ao álbum), como "It's Over". A música em si inicia-se com um lindo coral de igreja que logo dá a sensação de uma melodia a falar sobre esperança em relação aos novos tempos que virão. Apesar disso, a letra de "It's Over" traz um eu lírico buscando entender o porquê de um casamento ter se encerrado e como o casal chegou à tal sofrimento em que eles se encontram perdidos diante de planos desfeitos e incrédulos de a situação ter sido encaminhada na direção errada.
Evidente que não posso aplicar 100% da mensagem original da canção às minhas experiências vividas no meu período adolescente. Nesse caso, o ponto central pode ser associado à um relacionamento embuído de fortes esperanças de êxito, mas que o tempo e os erros humanos o levaram à um caminho diferente e "It's Over" nos mostra que apesar de às vezes nos sentirmos perdidos, sem entender porque nossas vidas tomam um rumo específico, precisamos enfrentar o cisma, quando ele existe e é inevitável ou quando lutamos e não conseguimos evitá-lo. Assim, para mim em especial, a canção passa uma ideia que vai além do rompimento em si e está aliada aos acordes eclesiásticos, nos fazendo refletir sobre o fim de um ciclo para o início de outro ciclo e que precisamos estar preparados para essas mudanças em nossas vidas.
E assim encerramos o ciclo de 2022 do blog "Poesia e Romantismo". Boas festas e voltamos em 2023 com mais conteúdos sobre música, literatura, cinema, pintura, e tantas outras formas de arte conectadas à trazer tanto a diversidade em expressões artísticas como pelas diversas matizes do multiculturalismo que tanto enriquecem nossa experiência de vida!
Obs: Aqui também aproveito para fazer uma menção honrosa ao excelente álbum Soulbook (2009), em especial à música My Cherie Amour, um grande sucesso de Stevie Wonder regravado por Rod Stewart naquele ano. Posso garantir que essa é uma das músicas que toda vez que ouço, sinto a essência da minha adolescência automaticamente em meus pensamentos, como um livro em que as cenas se desenvolvem naturalmente em nossa mente.