Esse blog tem por objetivo compartilhar o conteúdo literário que desenvolvo desde 2013,
e por consequência, a minha visão de mundo, a paixão pelo multiculturalismo e as influências artísticas. Além disso, também é um espaço de promoção e compartilhamento de conteúdos culturais ligados especialmente ao audiovisual, como clipes e temáticas relacionadas às músicas de diferentes países, além da própria literatura que é o foco principal deste blog.
Caros leitores, é com grande satisfação que trago para o último post de julho um tema que além de estar conectado com a atual condição climática que estamos passando em boa parte das regiões brasileiras, também é uma oportunidade de trazer um esporte que traz em seu DNA apresentações de caráter artístico, tendo como principal palco as Olimpíadas de Inverno. Vale lembrar que nos Jogos Olímpicos de Verão, por exemplo, tais modalidades esportivas são caracterizadas pela Ginástica Artística e Rítmica e pelo Nado Sincronizado, por exemplo. Todos esses esportes mencionados anteriormente possuem juízes que avaliam o desempenho do(a) atleta e com base nisso submetem as notas que representam a pontuação a ser fornecida para o(a) esportista, sendo esta geralmente divida em nota técnica e artística ou elementos técnicos e apresentação, dentre outras denominações correlatas.
Neste post, apresentarei apresentações da patinação artística de três Olimpíadas de Inverno diferentes (Sochi 2014, Pyeongchang 2018 e Beijing 2022), de quatro países diferentes e cinco temas completamente distintos, passando por rítmos latinos e brasileiros, temas de cinema, pop até música erudita. Enfim, uma seleção para todos os gostos rs (e também um bônus de um clipe musical que me inspirou a escrever este post).
Boa leitura!
Ekaterina Bobrova & Dmitri Soloviev (Atletas Olímpicos da Rússia) - Latin Lover
A dupla de Atletas Olímpicos da Rússia, OAR em inglês, Ekaterina Bobrova e Dmitri Soloviev, protagonizaram uma linda homenagem à música brasileira em Pyeongchang 2018. Após um ouro na competição por equipes em Sochi 2014, representando a bandeira russa, quatro anos depois, a dupla da 'OAR' (sigla utilizada devido à punição do Comitê Olímpico Internacional pelos episódios conhecidos como 'escândalo do doping em Sochi 2014'), conseguiu uma medalha de prata também na competição por equipes.
Na competição por duplas na categoria 'Dança no Gelo', Bobrova e Soloviev terminaram na quinta colocação, atrás de duas duplas dos Estados Unidos, uma da França e dos multicampeões do Canadá - Tessa Virtue e Scott Moir (prata em Sochi 2014 e ouro em Vancouver 2010 - terra natal da dupla). Apesar do desempenho discreto, a escolha dos técnicos e coreógrafos pela combinação de músicas Latin Lover de João Bosco, Dance de DJ Maksy e Quand je vois tes yeux de Dany Brillant, facilmente ganharam a minha atenção, afinal a dupla fora uma das poucas a escolher uma música da nossa MPB para protagonizar uma linda apresentação no programa curto, cujos rítmos obrigatórios eram música latina/brasileira como rumba, bossa nova e samba, fazendo com que esta apresentação esportiva/artística fosse uma das mais especiais que já assisti na vida.
Abaixo o vídeo desta bela apresentação!
Piper Gilles & Paul Poirier (Canadá) - James Bond Theme
Continuando na categoria 'Dança no Gelo' em Pyeongchang 2018, mas agora escrevendo sobre o programa livre, temos a dupla canadense Piper Gilles & Paul Poirier, protagonizando uma apresentação muito especial para os fãs da franquia 007 - James Bond, tanto pelo figurino, como pela trilha sonora dos filmes 007 contra a Chantagem Atômica de 1965 e 007 contra Octopussy de 1983 e coreografia apresentadas.
Na ocasião, a dupla canadense teve um desempenho melhor no programa livre, mencionado acima, do que no programa curto, terminando a competição em um modesto oitavo lugar na somatória das notas, três posições abaixo da dupla Bobrova e Soloviev, destacadas no tópico acima. Quatro anos depois, novamente Gilles e Poirier tiveram um desempenho discreto nos jogos de Pequim terminando em sétimo lugar (incluindo também uma apresentação de James Bond - Writing's on the Wall de Sam Smith - na exibição de gala que não conta na pontuação da competição), e como em um script de um filme de superação, após ter passado por uma cirurgia que culminou na retirada do ovário esquerdo por conta de um tumor, Piper Gilles não só se recuperou psico e fisicamente do delicado quadro médico, como também obteve a medalha de ouro na final do Gran Prix de Patinação Artística, em Torino, ao lado de sua dupla Paul Poirier.
Abaixo a apresentação pot-pourri sobre James Bond em Pyeongchang 2018.
Aliona Savchenko & Bruno Massot (Alemanha) - That Man
Ainda em Pyeongchang 2018, mas na competição de Duplas (diferente da 'Dança no Gelo'), tivemos a dupla naturalizada alemã Aliona Savchenko (ucraniana) e Bruno Massot (francês), ganhando a medalha de ouro na somatória do programa curto com o programa livre, em uma das disputas olímpicas mais emocionantes no gelo, na qual a dupla de representantes da Alemanha obteve o total de 235.90 pontos, contra 235.47 pontos da dupla chinesa Wenjing/Cong que quatro anos mais tarde levaria o ouro em casa, nas Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022.
No vídeo abaixo, destaco o programa curto da dupla alemã que contou com a perfomance de That Man, de Caro Emerald (a minha grande referência musical do jazz no século XXI e por isso a apresentação está no meu top 5 rs) e Ameksa - Fuego de Taalbi Brothers.
Keegan Messing (Canadá) - Home
Agora vamos avançar quatro anos no tempo, mas continuando no continente asiático, em Pequim ou Beijing 2022, para contar um pouco da apresentação do canadense Keegan Messing. Ao assistir as duas etapas do Grand Prix da Federação Internacional de Patinação Artística (ISU), Internationaux de France e Skate Canada International, onde Messing conseguiu a sexta e quinta posição respectivamente, e ansiedades a parte pelo início dos Jogos Olímpicos de Inverno, fiquei impressionado pela escolha da música 'Home' de Phillip Phillips, que fez parte das paradas de sucesso internacionais em 2013, período este muito especial da minha vida no qual dei os primeiros passos na vida literária.
Em Pequim, Messing conseguiu um discreto 11º lugar entre os 24 atletas participantes (competição vencida pelo estadunidense Nathan Chen), mas foi a memória afetiva da música 'Home' que remetia aos meus tempos de adolescente e a explosão da criatividade literária, que deram aquele ar de nostalgia à apresentação do atleta canadense a este que o assistia.
Carolina Kostner (Itália) - Ave Maria
E fechando este top 5 de temas marcantes e preferidos das apresentações de patinação artística da última década, voltamos para 2014, nos Jogos de Inverno de Sochi, para a competição feminina e mais especificamente para a apresentação da italiana Carolina Kostner. Vale aqui destacar além da belíssima apresentação de Ave Maria de Schubert e Humoresque de Antonín Dvořák no programa curto, um dos grandes clássicos das apresentações da patinação artística e um marco da música clássica, também a vencedora carreira de Kostner que ganhou além de uma final de Grand Prix em 2011-12, um título mundial em 2012, cinco ouros em campeonatos europeus, além de ter vencido diversas etapas do Grand Prix e ter conseguido a medalha de bronze em Sochi 2014, a qual comentarei neste post.
Kostner se destacou no programa curto da final feminina, tendo alcançado a terceira posição e apesar de ter obtido a quarta melhor marca no programa livre, na somatória das notas a italiana permaneceu em terceiro lugar e portanto, obteve a medalha de bronze olímpica, atrás da russa Adelina Sotnikova e da estrela da patinação artística e embaixadora dos jogos de Pyeongchang 2018, a sulcoreana Yuna Kim, que ficou com a prata (tendo vencido o programa curto, mas sendo superada por Sotnikova no programa livre e consequentemente na somatória das notas).
Quatro anos depois, em Pyeongchang 2018, a patinadora italiana terminou apenas na sexta posição a final individual feminina, a mesma que teve pela primeira vez uma atleta brasileira participando entre as 24 finalistas (Isadora Williams), e também uma histórica decisão entre duas atletas da OAR (Atletas Olímpicos da Rússia) que bateram o recorde mundial na prova, terminaram empatadas no programa livre em pontuação, tendo o critério desempate 'nota por componente de programa' dando o primeiro lugar para Evgenia Medvedeva no programa livre, mas tendo a compatriota Alina Zagitova vencido o programa curto por menos de um ponto de diferença e portanto, na somatória das notas, Zagitova ficou com o ouro e Medvedeva com a prata, além da canadense Kaetlyn Osmond que ficou com o bronze.
No vídeo abaixo a apresentação de Caroline Kostner em Sochi 2014 - Ave Maria, que a rendeu o bronze naqueles jogos olímpicos.
Bônus
Por último, encerro este post com um clipe musical que inspirou a ideia de trazer no blog um post sobre temas musicais de patinação artística. Trata-se da canção 'She's The One' de Robbie Williams de 1997, que ganhou disco de platina e esteve nas paradas de sucesso, especialmente no Reino Unido, terra natal do pop-star.
É muito curioso que eu tenha descoberto tanto a canção em si como o clipe musical, embora seja fã do cantor britânico há muitos anos, em um singelo jogo de karaokê para Nintendo Wii, chamado 'We Sing Robbie Williams' de 2010. Tanto as cenas do videoclipe a serem exibidas abaixo que envolvem o enredo de um técnico de patinação artística, protagonizado pelo cantor britânico e uma dupla de patinadores que participa de uma importante competição internacional, como o caráter romântico na letra e a melodia lenta e nostálgica, me deram o primeiro insight do que viria a ser o post em questão!
Espero que tenham gostado do conteúdo! E sem mais spoiler vamos ao clipe de 'She's The One'.
As minhas primeiras memórias afetivas com relação ao jazz remontam ao ano de 2012, mais exatamente ao período da minha adolescente, onde adquiri o hábito de escutar rádios como Antena 1, Alpha FM e Rádio USP, que tocavam diversos estilos músicais desde soul, blues, romântica, pop, disco e o próprio jazz.
Entre os primeiros destaques de jazz que influenciaram o meu gosto musical, destaco Caro Emerald com sucessos que frequentemente apareciam nas paradas de sucesso europeias como Back It Up e Coming Back as a Man, Aurea com o soul/jazz de Busy for Me, Michael Bublé que se destacava com as canções de pop românticas - It's a Beautiful Day, Close Your Eyes, bem como em sua roupagem de jazz em Feeling Good.
Também acho importante mencionar artistas como The Style Council, uma banda britânica de pop que vezes flertava com o jazz e o blues, além do jovem belga Yannick Bovy de apenas 36 anos, que se consagrou à época pela sua versão de All My Loving, famosa canção de The Beatles, sendo comparado ao ícone do pop/jazz moderno Michael Bublé, fortemente influenciado pelo repertório de artistas como Frank Sinatra, Nat King Cole e Lou Rawls. Bovy, em especial, já influenciava alguns versos naquele período, mas foi apenas a partir de 2019 que os cantores e o gênero jazz/blues/soul/electroswing, se consolideram fortemente na intertextualidade e referências artísticas presentes nos textos, ensaios e crônicas produzidas a partir de então.
Neste post, compartilharei alguns trechos destes textos que fazem menção ao jazz enquanto estilo musical e àlguns dos artistas mencionados acima. Boa leitura!
(...)As notas de jazz começam com Ella Fitzgerald, e não mais em Paris com Caro Emerald, mas ainda era Dream a little dream of me que embalava a primorosa cena(...)
(...)O conjunto da beleza europeia dela com o jazz anos 50 dos EUA era uma belíssima união em prol da arte.
Trecho de texto de 14/06/2022
(...)Ao fundo do saguão a leveza do som de uma orquestra. Era um jazz mental que estava prestes a começar à frente da Sala São Paulo. Os instrumentos de sopro tocavam lentamente I Belong to You, enquanto Caro Emerald trazia o refrão com harmonia.
Trecho de texto de 14/12/2021
Os acordes marcantes do jazz de The Style Council trazendo novamente a figura de Jennifer Connelly no auge dos anos 80.(...)
(...)O visual era o de uma musa do jazz, um forte penteado de época, o batom fortemente vermelho, um colar de pérolas, além de um vestido preto de cetim e um scarpin da mesma cor(...)
Trecho de texto de 28/10/2021
(...)Onde estaremos e o que sentiremos até o anoitecer quando essas notas de jazz e soul se acabarem?(...)
Trecho de texto de 07/09/2021
Num crossover de Come Fly With Me e All I Ask For You não poderia haver melhor resumo das expectativas de 2021. Na primeira canção, o clima de Broadway nos dominava naquele jazz tão envolvente.(...)
Trecho de texto de 23/03/2021
Ao som de uma orquestra de jazz, a dama que sempre acompanhava melodias desse gênero lá estava novamente no centro do salão.(...)
Trecho de texto de 28/08/2020
Era a paixão pelo resgate do clássico jazz de bom gosto que se metamormizou no corpo brasileiro e alma europeia da dama d'orquestra.(...)
Trecho de texto de 28/06/2020
(...)Desci a longa escadaria em linha reta daquele charmoso hotel europeu, mas não pude deixar de ouvir o interessante jazz holandês que começava com That Man no saguão ao lado.(...)
Trecho de texto de 16/06/2020
E tão bom poder reescrever um significado, uma trilha sonora novamente em outro contexto assim como a própria música foi transformada no jazz de All My Loving na voz de Yannick Bovy(...)
Trecho de texto de 28/04/2020
(...)Cote D'Azur está a nos esperar na trilha sofisticada dos arranjos europeus de Caro Emerald naquele jazz de verniz sessentista ou naquelas novidades bem vindas do Tejo no Festival da Canção.(...)