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domingo, 29 de agosto de 2021

Poesias com a temática olímpica - parte II

Seguimos com a parte II do post sobre poesias que se conectam com a temática esportiva, especialmente relacionada aos eventos olímpicos e às Olimpíadas de uma forma geral. Os versos, como explicado no post anterior, geralmente se referem às atletas dos esportes onde a arte facilmente se encontra com a competição em si, como é o caso principalmente, da ginástica artística e rítmica, no caso dos jogos de verão.

Nas três poesias apresentadas abaixo temos como aspecto temporal o ano de 2016 e o recebimento pela primeira vez na América do Sul de uma Olímpiada, sendo isto por si só um momento histórico para o Brasil e para os fãs das modalidades olímpicas que residem aqui, e além do mais, do próprio espírito olímpico, de tantas histórias diferentes que são contadas em menos de um mês, e junto disso o encontro de todas as nações sem qualquer recorte ou limite, onde todos geralmente se encontram e interagem na Vila Olímpica ou no Parque Olímpico no caso dos torcedores.

Aqui temos na primeira poesia (Arina e sua pureza revigorante), versos escritos antes da Rio 2016, enquanto 'Our Theatre of dreams' fora escrita durante um dos dias em que participei das Olimpíadas como espectador, mais especificamente no Futebol Feminino, e por último, a poesia 'Rio 2016' que traz uma homenagem final ao maior evento esportivo do mundo. 

Feita essa breve introdução desejo uma boa leitura à todos!

  • Arina e sua pureza revigorante
Nesta primeira poesia exposta no post, feita em homenagem à uma atleta representante da equipe bielorrussa de ginástica rítmica, devo dizer que se trata de uma das mais dramáticas e tristes histórias de um período olímpico (ainda mais quando o espectador possui forte empatia com a pessoa que está competindo).

Não me lembro ao certo de quando comecei a seguir Arina no Instagram, mas creio que tenha sido sido por volta do primeiro semestre de 2016, poucos meses antes da Rio 2016. Tratava-se de uma atleta nascida em Barnaul, Rússia, que teve de representar a seleção de Belarus nas competições, muito provavelmente pela forte concorrência que encontrou dentro do próprio país, onde as meninas da seleção russa carregavam a 'hegemonia do ouro' durante várias Olímpiadas. Vale lembrar inclusive, que em esportes como as ginásticas artística e rítmica, patinação artística, dentre outros, é muito comum que atletas russos procurem outras delegações para representar, caso não consigam o devido espaço dentro de sua própria seleção nacional.

Ainda sim, Belarus também possuía tradição no esporte e dentro daquele ciclo olímpico havia um bronze nos Jogos Europeus em 2015 e prata no Campeonato Europeu em 2016, em competições por equipe, assim a expectativa por uma medalha no Rio era enorme por parte das atletas bielorrussas.  

Mas o que se viu naquela final olímpica na competição por equipes, não refletiu o histórico mencionado acima. O ouro como se esperava foi premiado para as atletas russas, enquanto a prata foi concedida para as espanholas e o bronze para as atletas da Bulgária. Para aumentar mais o drama, Belarus havia terminado em terceiro lugar na classificatória e só precisaria aumentar um pouco mais a sua nota para conseguir um pódio que não aconteceu naquele momento.

Ao acompanharem a nota final sendo divulgada, e não poderia ser diferente, o que se viu foram diversos semblantes de decepção, com destaque para as lágrimas incontroláveis de Arina que era visivelmente a mais emocionada naquele momento.

Em Tóquio, encerrado mais um ciclo olímpico (vindo com um Ouro em 2019 nos Jogos Europeus em casa e uma prata nesse ano em 2021 no Campeonato Europeu), a situação continuava complicada para o quinteto de Belarus. Dessa vez, na classificatória as atletas terminaram apenas em oitavo lugar e ficaram em quinto lugar na final, assim como na Rio 2016. Apesar do uso das máscaras no local de espera das notas, novamente se via que as atletas bielorrussas estavam fortemente desapontadas com seus erros e como um pesadelo que se repetia, Arina estava novamente aos prantos e dessa vez, tanto na classificatória como na final.

Mas de tudo isso, ficam as belas apresentações artísticas no tablado, o frequente sorriso da ginasta em suas postagens no Instagram e os versos escritos abaixo:

Seria uma ginasta presa ao talento

Em seus movimentos de delicadeza?

Ninfa adversa ao puro relento

Regada pelo brilho da natureza

 

Não serão pinheiros que a guardarão

Seu balé adornado de feminilidade

Com a ginástica, seus fãs não se arrependerão

Atriz e bailarina goza de sua mocidade

 

Seja como boneca no vestido rendado

Ou a artista nas fitas e massas a encantar

Por ti, estou entregue suavemente enleado

No meigo sorriso e na inocência do olhar

 

O jeito gracioso de Tsitsilina

Na paz de seu palor e candura

É sua doce pureza de menina

Cristalina fonte de amor e ternura



Fonte: Avax.news


  •  Our Theatre of dreams
Infelizmente pouco posso escrever sobre esta poesia em si, a qual tenho vaga memória de qual dia ou evento era especificamente, apenas tendo a certeza de que se referia ao futebol feminino, o qual tive oportunidade de assistir por quatro vezes naquela Olímpiada, todas elas na Arena Corinthians em São Paulo. Destaco particularmente o ótimo futebol da Alemanha naqueles jogos, o qual pude acompanhar, por exemplo, o 6 a 1 aplicado sobre o Zimbábue na primeira partida dos jogos e que no final culminaria com o ouro das alemãs. A difícil vitória do Canadá sobre a França nas quartas-de-final e a triste partida da medalha de bronze, onde as brasileiras perderam também para o Canadá por 2 a 1, em uma segunda-feira, dia 19 de agosto, onde o estádio estava completamente lotado e o forte calor daquela tarde se confundia com a 'vibe positiva' que a torcida brasileira tentava passar para as jogadoras.

Outro momento curioso que ficou marcado na minha memória aconteceu na primeira ou segunda rodada da fase de grupos, na qual em um dos pontos da arquibancada atrás de um dos gols e mais especificamente bem próximo ao gramado, estava um casal de russos muito caracterizados com as cores do país, inclusive com a bandeira da Rússia e outros acessórios que também faziam menção ao país eslavo. Lembro que não conversei com eles naquela ocasião, mas a mera presença deles ali era bem curiosa, afinal a Rússia não participou do futebol feminino na Rio 2016, mas ainda sim muito bem-vinda. Ainda bem, que alguns dias depois eu teria uma segunda oportunidade de interação com os russos, na final do nado sincronizado por equipes, no qual à caminho do parque olímpico, pela primeira vez conversei com duas torcedoras russas e pude, por meio de uma 'selfie' eternizar aquele momento.

O dia que era tão aguardado

Com calma conseguiu chegar

Um momento deveras esperado

Finalmente conseguiu se realizar


Se uma jovem eu pude ajudar

O melhor estava por vir

Vi enormes pilastras ao chegar

A curiosidade estava a se esvair


Damas jogavam nosso popular esporte

Num torneio olímpico a ser disputado

A medalha de ouro era o norte

E o sequioso prêmio a ser almejado


Na volta, minha grata satisfação

Se escondeu diante de uma donzela

Ali o desejo provocava o caos e a confusão

Em olhares interrompidos pela janela


Tentei me conservar orgulhoso

Diante de um sonho realizado

Foi sim um dia maravilhoso

Da lástima o destino foi o culpado



fonte: Corinthians.com.br


  • Rio 2016
Para esta última poesia, não tenho muito o que escrever sobre, a não ser para dizer que cumpri o papel que desejava, que era o de homenagear o maior evento esportivo do mundo que havia acontecido no meu próprio país, trazendo nos versos alguns flashes dos principais momentos da Rio 2016 e da autoestima do povo brasileiro que durante aquele mês de agosto pode se inflamar de tantas conquistas, desde a organização do evento em si, até as medalhas conquistadas pelo Brasil e outras tantas conquistas individuais e coletivas.

Nossa grandiosa pátria amada

Injustiçada diante da desconfiança

Não se mostrou abalada

Estava esperançosa como criança


Nosso povo ficou mais miscigenado

Nas arenas o calor humano

De um evento globalizado

Para imortalizar esse ano


Era o mundo entre o carioca

Tão bem humorado e hospitaleiro

E a união de culturas que nos provoca

O orgulho que está em cada brasileiro


A conquista desse povo guerreiro

Se realizou ao ver a constelação

Cada qual preparado e vezeiro

Em nos trazer da disputa a emoção


Nas acrobacias de Biles a habilidade

Na despedida de Phelps a consagração

Em Neymar no Maracanã a dualidade

De um herói que fora do gramado era vilão


Do time brasileiro o orgulho nacional

De uma nação que sonhou e venceu

Pobre, humildade e desigual

Dos jogos nossa autoestima cresceu


Na despedida o mundo também se encantou

Nossa imagem com dedicação se elevou

Eis um legado esportivo que começou

No apagar da chama a saudade que ficou



fonte: Creative Bloq

domingo, 22 de agosto de 2021

Poesias com a temática olímpica - parte I

Pessoal, bem vindos novamente ao meu espaço literário pessoal para a volta do carro-chefe desse blog que são as poesias que desenvolvi ao longo desses oito anos, passando por meio dos versos a evolução do meu repertório pessoal, aliado às experiências e sentimentos ao longo desse período.

Dessa vez, a temática olímpica é o objeto desse post que será dividido em duas partes com três poesias cada. O objetivo, além da exposição da poesia em si é a de contextualizar brevemente o período no qual os versos foram escritos, com qual objetivo e o sentimento vivido naquele momento.

Nesse espaço do blog darei espaço somente à poesias que fazem referências aos atletas e esportes de verão, com foco para a própria olimpíada em si (e eventos preparatórios), para ser mais preciso a Rio 2016. 

Também destaco que nas próximas semanas pretendo trazer para este blog as "Prosas com a temática olímpica" e assim comentar crônicas, textos e romances que se originaram de acontecimentos e de personagens oriundos das Olímpiadas.

Para essa parte I teremos as seguintes poesias (escolhidas por ordem cronológica): A feminilidade do leste europeu, Poesia para Alana Goldie e Rosamaria da leira celestial, todas estas escritas em 2015.

Assim sendo, é hora de matarmos um pouco da saudade do espírito olímpico nas poesias a seguir e nos demais posts que virão!

Boa leitura à todos!


  • Poema para Alana Goldie
Nesse primeiro poema da série esportiva, assim como no segundo tópico desse post, tratam-se de versos escritos durante o evento esportivo Pan-americano de Toronto 2015 que ocorreu de 10 a 26 julho daquele ano e que casou muito bem com o período de férias que tive no meu primeiro ano de faculdade. Sendo assim, considero esses jogos pan-americanos como aquele que dei a maior atenção até os dias atuais (tenho poucas memórias quanto à Rio 2007), não só pelo período do evento ter sido muito propício à acompanhá-lo com maior proximidade, mas também pela sede em si dos jogos que aconteceram no Canadá, país esse que desde a infância tenho carinho muito especial.

Em relação à Alana Goldie estamos falando de uma atleta que competiu em casa pela esgrima e mais especificamente pelo florete feminino, ficando com o bronze daquela competição junto com Nicole Ross dos EUA, além de ter conquistado o ouro na competição por equipes. Alana já havia sido prata no pan de 2011 em Guadalajara e participou até mesmo dos jogos olímpicos de Tóquio 2020, em que ficou junto com a equipe canadense na quinta posição do evento por equipes. Abaixo vocês conferem a poesia que escreve em homenagem à essa esgrimista canadense.


Uma dama canadense está a encantar
Na foto sua infinita beleza e simpatia

Sorriso e elegância vêm pra inspirar

Um brilho dourado noite e dia


O vestido branco é o seu jeito angelical

Conquista-me sua pura feminilidade

Em seus traços a delicadeza real

Nos sapatos é mulher com sua sensualidade


Na rotina uma esgrimista talentosa

Que o Canadá está a defender

A espada se confunde com a dama formosa

Assim, campeonatos Alana irá vencer


Nas competições estou por ela a torcer

Nos momentos de gala está a me conquistar

Um estilo e jeito a me embevecer

E sua rara beleza sempre irei admirar



Fonte: Team Canada

  • Rosamaria da leira celestial
Para falar dessa atleta do vôlei brasileiro que talvez tenha sido a protagonista da campanha de prata em Tóquio 2020, precisaremos voltar também aos jogos pan-americanos de 2015. Infelizmente naquela ocasião o Brasil havia sido novamente prata numa final contra os Estados Unidos, mas em um contexto completamente diferente do atual. A seleção brasileira não levou para a competição algumas das suas principais atletas, priorizando outros eventos do calendário do vôlei em detrimento do pan. O resultado foi uma campanha mais discreta, por exemplo, com duas vitórias sofridas contra as atletas de Porto Rico por 3 sets a 2.

Apesar da campanha de prata que à época carregava uma grande expectativa em relação à um possível ouro, ao contrário de Tóquio 2020 em que no feminino o Brasil não era o grande favorito ao primeiro lugar da competição, o pan de 2015 foi uma oportunidade importante para o surgimento de jovens jogadoras que passariam a ser convocadas com cada vez mais frequência pelo técnico José Roberto Guimarães, como exemplo da própria Rosamaria, Macris, dentre outras.

Tendo revelado o contexto histórico e esportivo da época e lembrando que aquele pan foi a primeira oportunidade de assistir o desempenho de Rosamaria nas quadras, que a partir dali despontou para o cenário internacional do voleibol.  

Em um olhar catarinense

Com o belo semblante europeu

Seu sorriso convence

A alegria atinge o apogeu


Marcas da senhorita Montibeller

Nas quadras uma dama e sua finesse

Digna da culta Montpellier

Uma jovem e o charme que não fenece


Seu semblante traz tal harmonia

Que por ela a seleção se guiará

E o grande objetivo alcançaria

A glória olímpica se consolidará


Sua beleza mediterrânea

Que recende o perfume do palor

A flor e sua emoção espontânea

Rosa delicada e cheia de amor


Fonte: Site Puro Esporte


  • A feminilidade do leste europeu
A primeira poesia desse post remonta ao mês de setembro de 2015. Naquele momento eu passava alguns dias na casa da minha saudosa avó e lembro-me bem até hoje de numa despretensiosa troca de canal na TV que ela possuía no quarto dela me deparei com uma Copa do Mundo de Ginástica Rítmica em Stuttgart. Lembro também que meses antes tivemos o Pan-americano de Toronto, como contei brevemente nas duas poesias anteriores e creio que naquele momento eu tenha dado muito mais atenção para a Ginástica Artística (mais famosa no Brasil) do que a Rítmica em si.

Essa ordem, no entanto, fora invertida após o Mundial de Stuttgart, onde percebi pela primeira vez que a RG (Rhythmic Gymnastics) era dominada quase que completamente pelos países do leste europeu e assim lideradas pela Rússia que tinha a hegemonia do esporte há muitos anos.

Essa foi a faísca do insight necessária para que não só eu passasse a acompanhar o esporte mais de perto até a Rio 2016, como também que eu pudesse a partir da história individual de cada atleta, construir verdadeiros enredos, especialmente no estilo das crônicas e cuja inspiração também deixou de legado a poesia escrita abaixo, no desenrolar daquele Mundial de RG.

 

 No auge da grata jovialidade

Que a mãe-Rússia forneceu

Às filhas regadas pela feminilidade

E pelo talento que me embeveceu

 

Da Rússia vêm a perfeição

A arte da ginástica e a exuberância

Kudryavtseva com a sequidão

Nela vejo a vitória como ânsia

 

Fascina o intenso olhar da ucraniana

Rizatdinova e sua notável grandeza

Postura de uma “nobre palaciana”

Na elevada rigidez de sua beleza

 

A lua é iluminada no Azerbaijão

Pela musa Marishka a estrelar

Sua simpatia nessa notável nação

Nos emocionará por onde passar

 

Essas donzelas estão a me encantar

Os nobres movimentos passam a leveza

Na arte da ginástica a nos apaixonar

Com tamanha harmonia de princesa

 

Sua beleza mediterrânea

Que recende o perfume do palor

A flor e sua emoção espontânea

Rosa delicada e cheia de amor



Fonte: Site Surto Olímpico