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sábado, 28 de maio de 2022

Três crônicas diplomáticas - parte II

 Diplomata em Portugal


Um diplomata voltava para o Brasil com o objetivo de rever a família e aproveitar suas férias, após uma incessante temporada trabalhando em Lisboa. Sua árdua missão de recuperar laços históricos com Portugal era uma tarefa difícil, visto que o país europeu passava por um momento difícil de baixo crescimento econômico e alta taxa de desemprego o que, por sua vez, impactava diretamente a relação comercial com os lusitanos.

Chegando à sua antiga residência, o funcionário da embaixada brasileira em Lisboa cumprimentou sua mãe e depois disso queria apenas descansar em seu quarto. Em alguns dias o ciclo de voltar a Europa posteriormente e servir o governo brasileiro se iniciaria novamennte. Nosso personagem Dimas estava naquele momento em São Paulo, cidade onde nasceu e viveu até prestar a prova do Itamaraty e se mudar para Brasília.

Passaram-se três dias e o diplomata acordou disposto a passar mais um tempo perto de sua família. Ele estava curioso para curtir o tempo passar lentamente ao ler as revistas que o esperavam na porta, afinal Dimas tinha um forte hábito pela leitura, principalmente sobre os assuntos relacionados à política e assim estava disposto a ficar atualizado com o que se passava em seu país e pelo mundo.

Olhou primeiramente a capa dos jornais e depois folheou as revistas, mas uma em especial o chamou a atenção. Era uma dessas "magazines" de relevante importância que a cada semana destacava pessoas que eram consideradas referência em suas respectivas áreas de atuação. Na capa Dimas observava uma moça que ele não via há anos. A menina que ele se puxava aquelas fortes lembranças era agora uma mulher que estava abraçada à uma árvore, sendo que no titulo da revista estava escrito “a importância da sustentabilidade nos tempos atuais”.

Naquele momento um triste “flashback” formou-se em sua mente, das várias oportunidades que ele perdeu em tentar conquistar aquela então estudante da área ambiental e que ele sequer havia tido a coragem nos três anos em que estudaram juntos de iniciar uma conversa com sua antiga paixão adolescente, tamanha a sua tímidez à época.

Larissa agora era uma mulher que trabalhava em prol das causas ambientais, sendo que na revista ela era elogiada como a gestora ambiental mais competente dessa área. Mas o que realmente deixava o diplomata encantado era o fato de ter “reencontrado” seu antigo e influente amor. Dimas ainda se lembrava da facilidade e intensidade à qual ele havia se apaixonado naquela época de estudante no ensino médio onde as paixões pareciam ser menos pragmáticas e mais verdadeiras.

Depois desse fracasso pessoal carregado por tantos anos, Dimas ainda carregava uma grande parcela de frustração com suas lembranças desses episódios do passado e nunca mais havia sentido algo nessa dimensão, o que ele não esperava é que na realidade essa situação era mais comum do que ele imaginava. O que amenizou um pouco tal sofrimento era o fato de que o mesmo havia conseguido relativo sucesso na carreira diplomática.

Dimas voltou do “flashback” abalado emocionalmente, mas disposto a finalmente superar esse fantasma da incúria e timidez. Procurou a empresa pela qual sua antiga amada trabalhava e o respectivo endereço. Tomou coragem após alguns dias e ligou para a secretária de Larissa que conseguiu marcar um dia na agenda de sua chefe, porém o dia não era nada cômodo, pois o encontro fora combinado para o último dia de férias que o governo brasileiro concedeu para Dimas.

O diplomata sabia que aquela oportunidade era única e assim preparou o seu melhor terno, a confiança e as palavras, além de um “superficial” conhecimento da natureza que serviria de trampolim para que Dimas pudesse se redimir com a gestora ambiental.

O último dia de férias havia chegado e a conversa estava marcada para as 11 da manhã, com o voo do diplomata saindo no inicio daquela noite. Um forte drama e ao mesmo tempo uma nova chance estava estabelecido para aquele sentimento que ele buscava resgatar por Larissa.

Após entrar no prédio (um daqueles fortemente espelhados do Itaim Bibi), e subir alguns andares de elevador, Dimas aproximou-se da secretária e esta se lembrou da conversa para fins “ambientais” que o diplomata havia marcado na lotada agenda da bem-sucedida gestora ambiental. 

Pontualmente às 11 horas a secretária autorizou sua entrada e por mais ele ainda estivesse pensando no que deveria falar naquele momento, ele haveria de aproveitar aquela última oportunidade.

        O primeiro contato visual foi de desconfiança por parte de Larissa ao ver o semblante encantado e ao mesmo tempo com alguns trejeitos de tensão apresentados pelo diplomata.

- Então Vs. Excelência me procurou para tratar sobre assuntos da minha área... - disse a gestora ambiente, visivelmente desconfiada sobre o teor da conversa.

Dimas quebrou o “protocolo” que havia imaginado em sua mente, tamanho era o desespero que batia no seu coração.

- Na verdade... Não. Sinceramente... Você não se lembra de mim. Nós estudávamos juntos naquela escola técnica federal do centro da cidade.

- Eu realmente não me lembro – disse Larissa, que estava profundamente calma e já pensando em descansar na hora do almoço.

- É que eu na época... Gostava muito de você e fiquei três anos ensaiando para falar contigo e...

- Mas agora Vs. Excelência conseguiu, porém preciso resolver uns problemas. Com licença... - disse Larissa, que já se levantava para se retirar.

- Por favor, não vai embora! Eu ainda me lembro do seu empenho em defender a natureza, daqueles mutirões que recolhiam o lixo das redondezas... A maquete sobre os biomas. Aquilo tudo me encantava profundamente.

A nostalgia daqueles tempos e o fato de que realmente Dimas a admirava tocaram o coração da “gélida” mulher que era deveras contida para mostrar seus sentimentos. Aproveitando-se do momento em que o semblante de sua antiga amada estava a refletir sobre o que ouvia alimentando-se de "flashbacks mentais", o diplomata continuou a desabafar:

- Passados aqueles dias, não consegui me apaixonar novamente como foi daquela vez. Eu preciso de uma chance sua para esquecer esse passado sombrio e assim enxergar um próspero futuro para nós.

Larissa não sentiu aquela chama que seria verdadeiramente recíproca ao amor de Dimas, mas diante de tanta insistência aceitou o convite de sair para almoçar com ele. Depois de desabafar com sua amada e dizer que aquele era o último dia dele no país, “em nome do tenro sentimento” o diplomata sugeriu um plano "mirabolante" para que vivessem juntos:

- Eu sei que você gosta de trabalhar no Brasil, mas eu posso lhe arranjar emprego em Portugal. Lá eu prometo que você também será uma gestora ambiental de muito sucesso!

Ao ver um visível desespero de Dimas e perceber o tamanho de sua chama amorosa, a racional Larissa hesitou em diversas vezes, mas ao final daquele alomço aceitou o emprego na terra lusitana para alçar novos ares e construir sua carreira a partir daquele momento no continente europeu, enxergando assim uma oportunidade de crescer no ramo ao qual estava empregada.

Mas o destino ainda haveria de apunhalá-lo pelas costas novamente. Num certo dia, já vivendo novamente em Lisboa, o diplomata brasileiro passou por uma simples e antiga lanchonete portuguesa, construída aos moldes medievais e comprou uma porção com alguns pasteis-de-belém que consumia quase todo dia, até que foi surpreendido por uma mulher de cabelos morenos, bochecas levemente coradas e semblante completamente amigável.

- Dimas, há quanto tempo! O que você faz por aqui?!

- Perdão... Não me lembro de você – disse Dimas, que estava perplexo com a possibilidade de conhecer aquela mulher e ao mesmo tempo preocupado em causar algum mal entendido.

- Eu estudei com você por três anos naquela escola técnica... Nós éramos da mesma sala... Lembrou agora?

- Ah sim, é verdade... Laura... Agora me lembrei – disse Dimas que estava visivelmente desconcertado em encontrar sua amiga que não via há muito tempo.

Naquele momento, o diplomata estava tenso, não conseguia agir naturalmente e ao mesmo tempo temia sua amiga, afinal ele sabia de um antigo encantamento que ela sentia pelo mesmo nos tempos de ensino médio. Por isso, Dimas tentou se afastar mas a alegria e espontaneidade de Laura o enlearam naquela lanchonete.

- Mas... Então o que fazes por aqui?

- Eu trabalho como diplomata aqui há algum tempo.

- Meus parabéns! Você conseguiu o que realmente queria! Lembro que você adorava comentar sobre essa profissão.

O conhecimento e a felicidade de Laura por Dimas o deixava desconfortável, a medida que ele olhava várias vezes para os lados, principalmente para o lado de fora da lanchonete, com medo de que fosse provacado algum mal entendido.

- Bons tempos aqueles... Que legal saber disso, as coisas estão dando certo para você.

- Mas para você aparentemente as coisas vão bem também...

- Mais ou menos, meu namorado me largou porque disse que eu “penso pequeno” ao gostar e querer viver no interior de São Paulo.

- Não fique assim, você é uma ótima pessoa com um coração valioso e vai superar tudo isso.

Dimas abraçou Laura num gesto para consolá-la diante daquela situação difícil. Eis que finalmente a “paranoia” de que sua amada poderia aparecer, saiu de sua cabeça. Emocionalmente a instabilidade no humor de sua amiga, que estava chorando em seus ombros o preocupou profundamente.

Então o destino resolveu dar o golpe de misericórdia no diplomata e na antiga rua não pavimentada que ficava à frente da lanchonete, Larissa apareceu inesperadamente trazendo uma novidade que iria contar a Dimas, afinal ela sabia que poderia encontrá-lo ali dado o seu enorme gosto pelo lugar. Mas quando ela chegou e viu seu namorado abraçado com uma mulehr "desconhecida", simplesmente se manteve perplexa naquele momento. Dimas ainda tentou explicar o ocorrido e afirmou que estava apenas consolando uma amiga, mas para a gestora ambiental aquele romance era um erro, pois esta tinha a ideia de que um relacionamento não poderia ser estabelecido com apenas uma das partes amando a outra, enquanto no outro lado do relacionamento a gestora ambiental estava realmente focada em sua carreira profissional, sendo o relacionamento com Dimas apenas um pretexto para tal. O ocorrido foi o estopim e o pretexto utilizado para o término do relacionamento por parte de Larissa daquilo que fora um idílio ilusório e incompleto. 

Laura ainda tentou se desculpar após a situação e afirmou que não sabia que o diplomata era comprometido. Após perceber que o rompimento do relacionamento de seu amigo do passado era inevitável, tentou convencê-lo para voltar ao Brasil e viver uma “vida simples de interior” com ela, no que Dimas recusou o convite e aceitou a “punição” do destino em relação a sua felicidade, voltando a morar sozinho em Portugal a esperar por um "futuro novo amor", enquanto Laura e Larissa voltaram para o país de origem e tentaram refazer suas vidas, tão diferentes entre si na dicotomia "vida calma e simples versus vida agitada de metrópole", mas ao mesmo também com o objetivo em comum de buscar um relaciomanento regado de sentimentos recíprocos, lealdade e confiança.


domingo, 1 de maio de 2022

Três crônicas diplomáticas - parte I

    Caros leitores, iniciarei a partir deste post a divulgação de três crônicas diplomáticas, sendo as duas primeiras escritas em 2014 e última em 2019. Não só pela importância da diplomacia, ainda mais nos tempos atuais, como também para trazer, ainda que na esfera de histórias românticas em formato de crônicas, aquilo que o senso comum costuma imaginar como sendo o "ambiente diplomático" dotado de glamour, sofisticação e luxo.

    É claro que a vida diplomática vai muito além desse ambiente de coquetéis e na verdade penso ser esse apenas a "cereja do bolo", mas foi somente tendo contato com a experiência real de profissionais da área que pude entender que o trabalho acerca das Relações Exteriores de um país e seus respectivos consulados e embaixadas é muito mais burocrático e não tão glamuroso quanto o senso comum historicamente assim o retratou. Apesar disso, vale também destacar o caráter desse ofício que dependendo da linha de ação escolhida por seus respectivos governos e a partir da habilidade do diplomata pode carregar em si a nobreza dos valores diplomáticos, os quais estão presentes desde a antiguidade onde os bizantinos já procuravam construir redes diplomáticas com os germânicos, visigodos, dentre outros, até os tempos atuais onde se vê que a diplomacia é essencial em tempos de paz e ainda mais importante em tempos de guerra.

    Na crônica abaixo, um diplomata brasileiro teve de usar a sua criatividade e habilidade de mediar conflitos ao se ver em um incidente diplomático criado involuntariamente com o governo francês.

    Boa leitura à todos!


Reencontro em Versalhes


O luxuoso Palácio de Versalhes, sede do governo francês nos tempos de monarquia, em uma de suas festas, celebrou os fortes laços entre Brasil e França. Nesse evento de gala foram convidados os ministros e secretários de governo francês e alguns membros da embaixada brasileira. Dentre eles, o diplomata Roberto Grenier e o Presidente da República Francesa, François H...

Os dois conversavam sobre as parcerias, principalmente no âmbito da educação, ao som da bela orquestra de Lyon. O clima de muito luxo encantava ao recém-promovido embaixador que aproveitava o requinte do lugar, usando de seu terno mais luxuoso para se adequar as vestimentas do local.

Roberto por um momento perdeu a concentração no presidente, quando observou uma tímida mulher, de aproximadamente quarenta anos, sendo esta a mesma idade dele, e de cabelos castanhos e lisos, límpida pele e usando um vestido verde claro, além das joias que a deixavam ainda mais elegante naquele ambiente de glamour.

Ela estava quase encolhida em um dos cantos do Palácio e Roberto tinha a nítida impressão de conhecê-la, por isso após alguns minutos de conversa com H..., decidiu perguntar sobre a presença daquela misteriosa dama:

- Vossa Excelência conhece aquela mulher de vestido verde? – disse Roberto que não conseguia segurar a curiosidade.

- Oh... Sim, ela é a nossa ministra da ecologia, desenvolvimento sustentável e energia, Anne Lebranchu.

- Ela é adorável!

- É sem dúvida uma mulher muito competente – disse H..., soltando risos de um político tradicional.

- Mas tenho a impressão de que a conheço do Brasil...

- A menos que ela tenha viajado para lá isso é impossível, pois ela é francesa.

- Prefiro tirar essa dúvida pessoalmente, isso está me incomodando muito. Com licença.

- Claro. Fique a vontade.

Roberto se dirigiu para perto de Anne e tentou puxar uma conversa, mas a ministra mal dava-lhe atenção, por isso ele resolveu perguntar sobre o que o inquietava:

- Eu me lembro de tê-la visto no Brasil, afinal você não seria brasileira?

Inesperadamente a formosa mulher ficou desesperada e tentou escapar, mas ao perceber a estranha e súbita correcia no salão do palácio, o ministro da justiça que estava no local mandou que os guardas que vigiavam a entrada segurassem-na.

- Ela deve ter algo à esconder para estar correndo dessa maneira – disse o ministro.

- A sua intuição é admirável, embaixador Grenier. Vou pedir para que revistem a residência dela – disse H..., surpreso com a memória e esperteza do brasileiro.

Roberto estava profundamente arrependido e torcia para sua intuição estar errada, mas no fundo ele sentia e sabia que Anne era brasileira e a sua nacionalidade francesa por algum motivo era falsa. Ainda sim, o embaixador estava encantado por aquela mulher que ele tinha uma vaga lembrança de seu passado distante.

Agentes levaram a ministra sob custódia e revistaram seu apartamento. A suspeita de Roberto estava certa, encontravam documentos falsos e uma carteira de uma ONG ambientalista no local.

Os policiais também encontraram no prédio jornais que tinham como destaque os objetivos do governo francês em construir duas usinas nucleares em dez anos e provas que confirmavam o crime de falsidade ideológica da ministra francesa.

Ao voltarem para o Palácio, enquanto todos esperavam o resultado da ação, atônitos, os policiais confirmaram a culpa de Anne que seria exonerada imediatamente, mas Roberto ainda tentou intervir na situação:

- Foi confirmado que ela é brasileira?

- Sim, senhor – disse o comandante da tropa de policiais que revistou a residência de Anne.

- Então ela tem o direito de ficar na embaixada brasileira!

Roberto surpreendentemente puxou Anne para perto de si e os policiais foram orientados a não resistir.

- Você está cometendo um grande erro. O que ela fez é muito grave, uma ministra “francesa” que sequer nasceu na França! – disse o presidente, revoltado.

- Eu sei, mas é por isso que vocês não tem direito de prendê-la. Vossa excelência deve entender que isso é problema das autoridades brasileiras. “Esqueçam-na” para não criarem problemas diplomáticos com o Brasil.

- Tudo bem, inventarei alguma desculpa para exonerá-la e queimarei as provas. Mas ela tem que sair da França - disse o presidente francês, ainda contrariado.

- Sim, Vossa Excelência. Fique tranquilo, pois o Sr. está fazendo o melhor para a diplomacia de seu país.

Roberto levou Anne para a embaixada brasileira e logo teve a ideia de pedir a sua própria transferência para outra embaixada. O Itamaraty aceitou o pedido e determinou que o diplomata fosse para o consulado de Mumbai, na Índia, onde precisava-se um cônsul, após o responsável na região ter sido transferido para a Coréia do Sul.

Apesar da perda do cargo de embaixador em um dos postos diplomáticos mais sonhados entre seus pares, o ato de coragem que Roberto teve ao evitar a prisão de Anne e a atuação do experiente diplomata que conseguiu resolver o imbróglio diplomático a partir do diálogo encantaram a ex-ministra que tinha grande honra em estar ao lado daquele homem que a havia defendido cegamente, conseguindo convencer as autoridades francesas para libertarem-na.

- Mas afinal porque você fez tudo isso? – disse o diplomata que não aguentava novamente sua curiosidade, se referindo ao plano de Anne.

- Se você se lembrar da minha ideologia saberá o motivo – disse a misteriosa mulher.

- Então aquela famosa ONG ambientalista te contratou?

Naquele momento Roberto dava modestas gargalhadas, mas Anne se mantinha séria e fria.

- Sim, eu me ofereci para ser funcionária deles. Havia um plano que tinha como objetivo evitar a construção de usinas nucleares e enquanto estive no cargo, provoquei tramites para dificultar qualquer "medida anti-sustentável".

A tímida mulher agora se pronunciava efusivamente para defender as causas ambientais que tanto a inspirava, mas Roberto seguia sem entender a “loucura”:

- Mas como você se infiltrou no ministério?

- Graças a um assessor de um assessor... Do presidente que também estava engajado na luta a favor da natureza. O resto não posso revelar.

- Você continua tão misteriosa quanto a trinta anos atrás pelo pouco que me lembro daquela época.

Anne sorriu tímida e graciosamente para Roberto o que fez com que ele pudesse finalmente se livrar do passado misterioso de sua amada para buscar um próspero relacionamento com a ambientalista na metrópole mais populosa e encantadora da Índia.