Neste ano de 2023, a Suécia se igualou com a Irlanda como a maior vencedora do Eurovision Song Contest, com 7 títulos cada, após o segundo triunfo de Loreen no festival, com "Tatoo", tendo obtido uma inquestionável votação (sendo inclusive a mais cotada entre as casas de apostas) entre o juri e o público tanto dos países participantes, como do chamado "Resto do Mundo", ou seja, os espectadores dos países não participantes, que pela primeira vez foram autorizados a votar pelo aplicativo ou pelo site do concurso.
Dos sete triunfos do país no Eurovision, quatro deles foram conquistados ainda no século XX pelos seguintes artistas: ABBA (1974), Herreys (1984), Carola (1991) e Charlotte Nilsson (1999). Dos anos 2000 até os dias atuais foram mais três títulos, sendo dois deles com Loreen (2012 e 2023) e um com Måns Zelmerlöw (2015).
Nesse post, falaremos das canções "Waterloo" do grupo ABBA, "Euphoria" de Loreen e "Heroes", cantada por Måns Zelmerlöw.
- ABBA - Waterloo (1974)
A vitória de "Waterloo" no Eurovision foi determinante para que o grupo iniciasse sua projeção musical primeiro entre os países europeus e posteriormente por Austrália, EUA, Canadá e outros importantes mercados musicais. A canção que também dá nome ao álbum do mesmo nome, foi vendida em cerca de 5 milhões de unidades, sendo 800 mil só nos Estados Unidos. A música também foi homenageada na 50ª edição do Eurovision, em 2005, quando foi eleita uma das maiores canções da história do concurso.
A forte projeção internacional de ABBA com "Waterloo", permitiu que posteriormente outros grandes sucessos como "Mamma Mia", "Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight)", "Dancing Queen" e "The Winner Takes It All" conquistassem as paradas de sucesso pelo mundo e elevassem o grupo ao patamar de um dos grandes nomes da música mundial entre os anos 1970 e 1980.
Á propósito, como era de se imaginar a canção Waterloo faz paralelo com a batalha de 1815 entre ingleses e franceses, comparando o episódio histórico à um duelo amoroso no qual o eu lírico não consegue resistir aos encantos da pessoa amada, em uma luta de sentimentos aludida ao duelo de Napoleão com os britânicos.
Obs: quem quiser saber mais sobre a história do maior grupo sueco da história musical, faço um convite para que acessem o post a seguir: https://poesiaeromantismo.blogspot.com/2022/12/top-3-musicas-que-marcaram-o-inicio-da.html.
- Loreen - Euphoria (2012)
Ainda é cedo para apontar se "Tattoo" será um grande sucesso nas paradas pela Europa e pelo mundo, como foi "Euphoria", que tenho certeza que muitos de vocês já ouviram ao menos uma vez na vida e assim como eu não imaginavam que a canção foi desenvolvida por uma cantora sueca e muito menos que tinha vencido o principal concurso musical da Europa.
Em números, a canção ganhou 10 discos de platina, tendo atingido o primeiro lugar nas paradas de 16 países e tendo vendido mais de 400 mil cópias somente na Suécia, 500 mil na Alemanha e 2 milhões pelo mundo. No Reino Unido, por exemplo, a canção foi a mais baixada na história entre as participantes do Eurovision, tendo superado inclusive a canção "Waterloo" do ABBA e outros sucessos marcantes do festival. Outros números impressionantes foram que no Eurovision daquele ano de 2012, a canção "Euphoria" quebrou o recorde de ter sido a mais escolhida entre os países participantes, ou seja, 18 países votaram em Loreen para a primeira posição e dos 41 países (com exceção da Suécia), simplesmente 40 conferiram a Loreen alguma pontuação.
Outra curiosidade interessante sobre o pop-eletrônico "Euphoria" é que a canção foi incluída no jogo Just Dance 2023, pelo serviço de assinatura Just Dance +.
- Måns Zelmerlöw - Heroes (2015)
Outro ponto que me chamou muito a atenção durante aquele festival foi o direcionamento político de boa parte dos jurados que representavam os países participantes do Eurovision, onde era possível observar que os países ocidentais tinham maior propensão a votar em países mais alinhados politicamente, o que também ocorria entre os países orientais (lembrando que pela regra do concurso não é permitido que o juri e o público de um país votem em seu próprio representante).
A canção electropop de Zelmerlöw, que segundo o colunista do "The Independent" - Kiran Moodley, poderia ser comparada com "Lovers on the Sun" de David Guetta, ganhou o concurso daquele ano com 365 pontos, em uma edição que teve pela primeira vez um vencedor que não havia ganhado no "televoto", neste critério o cantor sueco havia ficado atrás da russa Polina Gagarina (que terminou o concurso na segunda posição) e dos italianos do Il Volo (que ganharam o televoto mas foram apenas os sextos colocados no júri). Assim sendo, a canção "Heroes", apesar de não ter sido a preferida do público votante, conseguiu a vitória no Eurovision pelo equilíbrio de pontos entre o júri e o "televoto". Por isso, o resultado dessa música nas paradas de sucesso também foi mais discreto do que nos casos anteriores descritos neste post, tendo vendido 200 mil cópias na Suécia e conquistado naquele país 5 discos de platina, além de ter entrado na primeira posição das paradas de sucesso na Áustria, Grécia, Islândia, Suiça e seu país natal Suécia.
Polêmicas à parte, vale a pena destacar, como vocês observarão na apresentação abaixo, a interessante interação entre Zelmerlöw e o desenho de um menino reproduzido no palco do concurso, sendo esta certamente uma das novidades tecnológicas que mais chamaram a atenção dos espectadores na história do festival.
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