Toi et moi, a orchestra ensaiou brilhantemente na obra e partitura do destino. Cada acontecimento era uma linda nota musical daquele espetáculo de emoções e poesia. Se no começo dos trabalhos daquela comissão (a primeira) eu me sentia perdido, inseguro e intimidado, logo os seus olhares tão calorosos fizeram tudo isso cessar. Quando nos fitávamos nada mais além da conexão e de um nirvana artístico existia entre nós. A troca de sorrisos era sincera e mostrava nossa entrega e imersão naquele nosso momento. Uma conexão vis-à-vis e recíproca, numa linguagem tão universal e ao mesmo tempo somente nossa. Uma conjuntura tão intensa que quando a vi numa reunião no dia anterior nunca poderia imaginar tamanho encantamento.
Mas sim, estávamos sentados em cima do palco, como astros daquele romance tão perfumado de arte e sinceridade. Давай! Acredite no improvável, afinal a arte não tem limites e transcende nosso mundo por este não ser mais suficiente para nos explicar e acomodar. Dois dias depois ao nosso act toi et moi, o destino nos colocou frente a frente para que mais uma partitura primorosa fosse composta por nós, personagens dessa épica e imponente ópera transportada da realidade. Agora nossos olhares que tanto queriam falar entre si durante aquela sessão haviam ganhado uma voz verdadeira e audível, muito além do que estava subentendido.
Uma conversa espontânea, apesar de tão breve transparecia ainda mais o mútuo interesse em conhecermos melhor um ao outro. Mesmo no espelho do elevador ainda não havia aparecido a Ninfa Oksana a quebrá-lo de raiva num enredo gogoliano. Dois minutos de um lindo ato realizado. Como é perfeita a partitura que se alimenta das cenas da vida real para regar o ritmo dos devaneios e da arte deles advinda!
Andrea, Sarah, Dimash, Dmitri, Aida, ouço os cantores líricos, óperas e as orquestras de todo o mundo necessárias para te evocar, ó dama d'orchestra. “Quand je te vois sourire, Écouter de Bach les préludes.” A indivisível ligação entre o labor e a arte que nos alimenta e guia mesmo cercados de tanta decadência contrastante. Que nossa conexão seja definida como na intensa ópera de Dmitri Hvorostovsky e sua primazia cultural “Toi et moi parmi les fantaisies et les raisons”.
Dmitri Hvorostovsky & Lara Fabian - Toi et moi
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