Neste post, trago para vocês cinco músicas de diferentes artistas e bandas, em língua inglesa e portuguesa, que foram regravadas em versões com a presença de orquestra, seja ela sinfônica ou jazz. Foram escolhas muito difíceis e confesso que imaginei pelo menos umas dez opções, antes de finalizar em cinco delas na dura missão de eliminar algumas antes de ter a versão final do texto.
Já quanto à escolha de trazer este tema ao blog, esta decorre não somente do fato de atualmente eu fazer parte de uma Organização Social (Santa Marcelina Cultura) responsável pela gestão da Orquestra Jovem Tom Jobim, Orquestra do Theatro São Pedro e as demais orquestras e grupos musicais formados pelos alunos do projeto cultural Guri. Naturalmente as minhas conexões com tais corpos artísticos se tornaram cada vez mais estreitas nos últimos meses, ressaltando inclusive os diversos eventos, concertos e apresentações que dialogam com a música popular brasileira (MPB), a qual poderia citar diversos exemplos que foram desenvolvidos neste ano de 2023 e que tive a honra de assistir a alguns deles.
Mas o meu amor e fascínio por essa combinação entre música popular, seja ela MPB, jazz, pop ou outros ritmos e a dinâmica de uma orquestra, começaram há cerca de seis anos atrás, quando descobri por intermédio do meu antigo trabalho na Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo (antiga Secretaria de Cultura), a existência da Brasil Jazz Sinfônica, à época administrada pelo Instituto Pensarte e atualmente pela Fundação Padre Anchieta.
Foram diversas as apresentações que tive a oportunidade de acompanhar seja pessoalmente ou pelo Youtube, em parcerias com artistas consagrados como Paulinho da Viola, Marcos Valle, Stacey Kent, Ivan Lins, Roberta Sá, Lenine e tantos outros. Foi nesse ambiente de parceria entre o poder público e o terceiro setor, em concertos que presenciei na Sala São Paulo que pude compreender e sentir não só a sofisticação que os acordes de orquestra podem trazer para uma música popular (de vários estilos diferentes) como também a riqueza de sons e a criatividade de se elevar ainda mais músicas já consagradas pela crítica e pelos fãs.
- Your Mirror (Symphonica in Rosso) - Simply Red
Começamos com uma música que foi lançada em 1992 e reinventada na apresentação que o grupo britânico Simply Red realizou na Ziggo Dome, em Amsterdam no ano de 2017 e que no ano seguinte se transformou no álbum Symphonica in Rosso, composto por vinte músicas de composição da banda e sucessos de Frank Sinatra como 'All or Nothing at All', 'My Way' e 'It Was a Very Good Year'.
Apesar do desempenho discreto nas paradas de sucesso e também considerando que o álbum não trouxe nenhuma nova música da banda, os arranjos de orquestra deram uma nova energia para um dos sucessos mais consagrados na trajetória musical de Simply Red.
- Take Me Home (Orchestral Disco Version) - Sophie Ellis-Bextor
A cantora britânica Sophie Ellis-Bextor foi uma grata surpresa que apareceu a mim neste ano de 2023, inicialmente como uma recomendação do algoritmo do Youtube, com o maior sucesso de sua carreira, 'Murder On The Dancefloor'. Após ouvir a canção que reunia uma mistura de disco music com pop e música eletrônica, descobri diversas composições muito interessantes, inclusive com regravações de sucessos de outros artistas como 'Our House' do Madness, 'Lady (Hear Me Tonight)' do Modjo e 'Crying At The Discoteque' do Alcazar, cujos acordos certamente lembram um grande sucesso disco chamado 'Spacer' do grupo francês Sheila, B. Devotion, gravado em 1980.
Aos cantores, instrumentistas e demais aficionados pela música recomendo fortemente 'Music Gets the Best of Me' que trata sobre a importância e o amor de Sophie pela música e o impacto desta na vida dela.
Para este post, escolhi a música 'Take Me Home', cuja versão de orquestra descobri graças a uma entrevista que a cantora britânica concedeu ao programa 'Jeremy Vine' no Channel 5 do Reino Unido, contando um pouco dos bastidores da gravação do clipe que trago a vocês no vídeo abaixo.
- Busy for Me (com Orquestra Jazz de Leiria) - Aurea
Agora vamos à Portugal para a cidade média portuguesa de Leiria, terra da cantora que mais ouvi no Spotify em 2023 e que tem post sobre ela aqui no blog (https://arteemulticulturalismo.blogspot.com/2023/04/top-3-musicas-de-destaque-do-festival.html), mas também da admirável Orquestra Jazz de Leiria, criada em 2011 pelo músico César Cardoso, e que apesar de jovem, protagonizou parcerias com importantes autores de canções portuguesas, dentre elas a consagrada Aurea.
Também conhecida como 'A voz do soul português', influenciada por artistas como Aretha Franklin, Joss Stone e John Mayer, Aurea é considerada uma das maiores cantoras portuguesas da atualmente, seja por suas diversas indicações à prêmios musicais como os da MTV ou até mesmo o Globo de Ouro, como por suas diversas participações como jurada do The Voice Portugal e tudo isso com 36 anos, tendo lançado seu primeiro disco em 2010 e desde então traz em suas composições desde o soul, blues, jazz até o pop e o rock, sendo uma das cantoras mais versáteis no cenário português.
'Busy for Me' foi gravada em 2010 para o álbum de estreia da cantora e foi o single mais tocado em Portugal naquele ano, tendo chegado à outros países europeus e no Brasil, além de ter feito parte da trilha sonora da novela 'Amor à Vida', também frequentemente aparecia em rádios como a Antena 1 entre as músicas mais pedidas, tendo sido vital nos primeiros passos da minha literatura, como contei neste outro post (https://arteemulticulturalismo.blogspot.com/2023/07/maiores-influencias-do-jazz-na-minha.html).
- Jade (com Orquestra Ouro Preto) - João Bosco
Não poderia faltar nessa lista, dentre tantas músicas brasileiras que desejava inserir neste post, escolhi uma em especial que ouvi muitas vezes este ano e cuja descoberta me permitiu apreciar um excelente álbum que João Bosco lançou com a Orquestra Ouro Preto ano passado, trazendo seus principais sucessos com arranjos de orquestra. Trazendo sucessos como 'Bala com Bala, 'De Frente Pro Crime', 'O Bêbado e a Equilibrista', 'Papel Machê' e tantos outros.
Vale destacar que a Orquestra Ouro Preto já realizou diversas parcerias consagradas com artistas como Alceu Valença, Milton Nascimento e até mesmo homenageou os The Beatles. Garanto que esta será uma imersão muito valiosa pela grandiosidade da música popular brasileira.
- Angels (Metropole Orkest) - Robbie Williams
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