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domingo, 28 de julho de 2024

Elo temporal entre Verona e a adolescência

    A data de 19 de maio definitivamente é uma das mais simbólicas na minha vida, mas não poderia imaginar que em um espaço de 10 anos observaria um elo tão forte e significativo entre os anos. Mas antes de contar propriamente sobre o 19 de maio de 2024 e a minha chegada em Verona, é necessário fazer uma breve contextualização sobre o que ocorrera há exatos 10 anos e o motivo dela ser tão marcante assim.

    No dia 19 de maio de 2014, quando eu era apenas um adolescente de 16 anos, estudante da ETEC Parque da Juventude, estava me preparando para uma importante apresentação, talvez a mais importante da minha vida até aquele momento. Era uma segunda-feira e não a toa o dia escolhido para a apresentação do Sarau. Sem entrar em maiores detalhes (talvez um dia conte o passo-a-passo dessa iniciativa), a data escolhida tinha um simbolismo de ser o dia seguinte do aniversário da pessoa que seria homenageada na apresentação com as respectivas poesias e livros de autoria pessoal, mas não somente esta.

    Um dia que certamente ficou marcado como um momento em que levei para cerca de 40 alunos, incluindo a pessoa homenageada, as características do Romantismo enquanto movimento literário, bem como do romantismo, enquanto valor humano e até mesmo críticas à superficialidade humana muito por conta das redes sociais, mas não somente por causa destas.

    Dessa forma, sempre carreguei essa data comigo, inclusive foi em 19 de maio de 2020 que eu abri este espaço literário com o post, cujo link estará disponível para acesso abaixo:

https://arteemulticulturalismo.blogspot.com/2020/05/inauguracao-do-meu-espaco-literario.html

    Completados 4 anos de blog e 10 anos de Sarau, o primeiro e único que organizei por conta própria, mal sabia que novamente o romantismo estaria fortemente presente nesta data. É bem verdade que nem tudo é só charme, então é preciso dizer que antes de chegar em Verona, eu perdi um trem que saia de Bolonha por volta de umas 11 horas de manhã, seja pela falta de ônibus que atendam a demanda de turistas, seja por uma imprudência minha no café da manhã no hotel em que estive hospedado em uma conversa com uma nova amizade suíça que se estendeu um pouco mais do que imaginava.

    Mas deixando esses pormenores para trás, consegui chegar em Verona no início da tarde, a tempo do check-in no hotel que havia reservado na cidade. A distância entre Bolonha e Verona era de cerca de uma hora de trem e fazia sentido passar por lá, considerando que a minha próxima parada seria em Milão e que, portanto, Verona estaria no meio da rota em questão.

    Após desembarcar na estação Verona Porta Nuova foram cerca de 20 minutos, um pouco mais de 1km de distância para o hotel Citadella, cujo espaço tive muita dificuldade de encontrar, devido a falta de sinalização no prédio, que para quem passava na rua parecia mais um apartamento comum de moradores locais, ao lado de um restaurante tailandês.

    Por outro lado, a localização era estratégica porque ficava entre a estação de trem e o centro da cidade. O hotel também ficava a apenas 500 metros da histórica Arena di Verona, um pequeno "coliseu" local, onde no dia 21 eu viria a assistir o show de uma artista italiana chamada Annalisa, na noite de terça-feira debaixo de uma forte pioggia rsrs Mais deixaremos esse episódio talvez para contar em outra oportunidade aqui no blog se vocês assim desejarem.

    Após algum tempo descanso no quarto de hotel, depois de uma excelente recepção feita pelo funcionário do Citadella, onde o mesmo apresentou por meio de um mapa os principais pontos turísticos da cidade, e onde já era possível perceber o quanto Verona era uma cidade onde esses locais ficavam muito próximos um do outro e por isso não preciso muito mais do que 3 dias para conhecer a cidade, decidi sair para um passeio no centro da cidade e quem sabe visitar a Casa di Giulietta naquele domingo.

    O início do centro da cidade é marcado pela Piazza Bra, um lugar repleto de bares e restaurantes, além da própria Arena di Verona. Ali observei um cartaz pendurado em um dos postes que me chamou muito a atenção. Se tratava de um festival que reunia teatro, música e dança, organizado pela Comuna de Verona. O "Estate Teatrale Veronese" trazia naquele cartaz diversas atrações culturais, com duas delas me instigando profundamente logo quando fitei aquelas informações. A primeira se tratava da apresentação do talentoso cantor italiano Mario Biondi em 24 de junho no Teatro Romano. O artista, ícone do jazz e do soul já fez artistas com diversos artistas brasileiros, incluindo Ivan Lins, tendo até mesmo um álbum chamado "Brasil", lançado em 2018, com sucessos como Deixa eu dizer, Luiza, Felicidade e Eu sei que vou te amar.

    Mas o nome que mais me encheu de orgulho naquele cartaz era o de Marisa Monte, que se apresentaria também no Teatro Romano em 28 de julho, no "Rumors festival". Aquilo tinha dado um vigor especial na minha passagem pela cidade italiana que certamente eu iria precisar mais adiante.

    Passada aquela contemplação por uma artista brasileira que significa tanto para mim, eu só tinha um objetivo naquele final de tarde de domingo que era visitar a Casa di Giulietta que estava próxima de fechar e só abriria novamente na terça-feira, data em que eu já estaria me deslocando para Milão ainda pela manhã.

    Para chegar nesse importante ponto turístico de Verona, passei pela Via Giuseppe Mazzini, uma importante rua repleta de lojas de grife e algumas lanchonetes e restaurantes interessantes. Após chegar na Via Cappello, cheguei na mais famosa casa de um personagem literário dentro do universo shakesperiano.

    O local estava presente em uma arquitetura medieval, o que por si só já é uma realidade exótica e distante para nós brasileiros e geralmente vista somente em filmes, séries e documentários. Como era de se esperar também estava lotado de turistas que queriam visitar tanto o "Museu Casa" como tocar na estátua de Giulietta, em uma "bizarra" tradição que não irei contar aqui, mas que pode ser vista em detalhes no link abaixo:

https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/ponto-apalpando-o-seio-de-julieta

    Mas infelizmente a minha visita ao local se limitou à parte externa da casa, bem como a estátua que observei distante e que sempre fica cercada de turistas de todo o mundo, conforme as fotos que vocês podem observar abaixo.

    Naquele final de tarde de domingo, reservei um tempo para visitar outros locais interessantes no centro da cidade, desde a estátua de Garibaldi que fica logo atrás da Casa di Giulietta, passando pelas ruas estreitas que tanto idealizamos em nosso imaginário, bem como lugares abertos como a Piazza delle Erbe, que naquele dia tinha uma feira com vários produtos sendo comercializados como roupas, chapéus e artesanato.

    Terminei o dia comendo gnocchi ao molho branco e carne com cogumelos, com um saboroso Tiramisu de sobremesa no Caffe' Le Fogge, localizado entre o Corso Sant'Anastasia e a Via delle Fogge, onde destaco o excelente atendimento dos garçons (que até mesmo me lembraram da minha bolsa que eu quase esqueci no local) e que quando respondi que era brasileiro ficaram ainda mais entusiasmados.

    Antes de voltar para o hotel, também passei por uma doceria chamada "Captain Candy", cujo estilo me enchia os olhos e que se tratava de um tipo de loja muito comum em alguns países da Europa como Itália e Rússia e que desde a minha passagem por Moscou e São Petersburgo em 2018 tive a vontade de conhecer a loja russa chamada "Piratmarmelad" que também tinha a mesma proposta. No final das contas foram necessários 6 anos para que eu tivesse essa experiência.

    Por último, também decidi utilizar o aplicativo "Too Good to Go" (disponível na Europa, Estados Unidos e Japão), onde se pode reservar comida e lanches que seriam desperdiçados pelo estabelecimento por falta de demanda, com um preço muito simbólico, no caso da minha compra apenas 5 euros. Também decidi usar o aplicativo de forma estratégica, visto que a coleta de comida ou lanches costuma ser muito bem servida e ser o suficiente para um café da manhã farto, por exemplo, ou em alguns casos até mesmo mais de uma refeição.

    Digo que a escolha foi estratégica porque no hotel onde estive hospedado o café da manhã não era servido e a opção pela Scaravelli Forneria que ficava ao lado da Sephora, na Via Giuseppe Mazzini. O resultado final foram deliciosos pães, pedaços de focaccia, além dos doces comprados no "Captain Candy", que se eu não me engano durou uns dois dias, considerando que eu comia eles somente no hotel.

    Assim foi encerrado o dia que marcou um nexo temporal inesperado entre o dia mais romântico da minha adolescência, onde exaltei a importância de atos e atitudes concretas, relacionamentos menos superficiais e mais reais, e o dia que marcou os 10 anos dessa importante data, comemorado com uma passagem pela cidade de Romeu e Julieta.    


Fotos




Refeição no Caffe' Le Fogge


Mercado à céu aberto em Verona





Fotos da Casa di Giulieta


Cartaz do Estate Teatrale Veronese


Foto tirada no trem no caminho à Verona


Forneria usada no aplicativo Too Good to Go para compra de salgados


Foto da Piazza Bra


Foto da entrada do Captain Candy

Foto da estátua de Garibaldi


domingo, 7 de abril de 2024

Show de Salvador Sobral - 07/04/2024

Caros leitores, ontem durante a belíssima apresentação desse renomado artista chamado Salvador Sobral, tive a ideia de trazer pela primeira vez aqui no blog uma resenha curta sobre o que foi esse show e o que esse artista representa tanto no cenário internacional, como para mim em particular. Posso dizer que foi a segunda vez que o assisti, só que dessa vez "pra valer", já que no passado, no mesmo auditório do Teatro Paulo Autran, confundi o horário do show e pude asistir somente as últimas músicas.

Dessa vez era diferente. Tinha lugar central na terceira fileira do teatro praticamente lotado e um Salvador que surgia não pelo palco, mas sim pela entrada da plateia, descendo escada por escada e interagindo com o público, ato que ele fez durante muitas vezes no mesmo show.

A expectativa era a maior possível, afinal o artista fora anunciado na grande mídia devido ao prestígio internacional que inclui turnês por vários países, decorrentes de um talento que ganhou Portugal e a Europa em 2017 com a maior vitória da história do Eurovision (uma vitória da língua portuguesa também que conquistou o continente naquele ano com "Amar pelos dois"), e que não a toa no ano seguinte proporcionou que Salvador cantasse o grande sucesso dele no Eurovision de 2018, realizado em Lisboa, ao lado de Caetano Veloso.

Se quiserem saber mais sobre o que é o Eurovision e os artistas que se notabilizaram a partir dele, como ABBA, por exemplo, deixo os links do meu blog explicando mais sobre o concurso europeu de música.

https://arteemulticulturalismo.blogspot.com/2022/03/top-3-musicas-portuguesas-no-eurovision.html

https://arteemulticulturalismo.blogspot.com/2023/05/top-3-participacoes-da-suecia-no.html

A apresentação talvez tenha começado um pouco morna para mim em particular, pois Salvador preferiu focar nas músicas do seu último álbum que eu e o público não conhecíamos tão bem. Mas foi só o cantor português adentrar mais à sua setlist que vimos músicas de Geraldo Azevedo, Roberto Carlos e até Amy Whinehouse, passando também pela cantora catalã Silvia Pérez Cruz, além da participação especial do cantor brasileiro Zé Ibarra que cantou dois sucessos com o cantor português (ao estilo voz e violão), sendo um deles "Só um beijo", uma bélissima música que Salvador gravou junto com a esposa Luiza Sobral em 2018.

Outra marca do show, além do multiculturalismo da setlist foi também da banda do próprio Salvador Sobral, que tinha músicos da Ilha da Madeira, uma cantora e flautista da Espanha (que ousou ao transformar poemas de Fernando Pessoa em músicas) e até uma pianista e cantora de Belarus (mesmo país de uma amiga minha, talvez a maior fã do cantor português que eu conheço).

Sobral canta em português, espanhol e até interage com o público em inglês se precisar! Quer reunião maior de culturas do que essa?!

Bom, foram mais de duas horas de show que começou um pouco depois das 21 horas e que passaram rapidamente, com o cantor português tendo escolhido uma apresentação com mais músicas em detrimento de um show menor, o que como ele mesmo explicou o abdicou de poder tirar fotos e fazer autógrafos com o público (talvez na apresentação de hoje ele tenha tido tempo de fazê-lo).

Após brincadeiras divertidas com o público, tendo até mesmo subido em uma das cadeiras do palco (que mostrarei abaixo), Salvador que já estava na parte do Bis do show, brincou que não teria dinheiro para pagar o taxi das pessoas para o metrô, mas pediu para todos respirarem fundo, o que fui descobrir depois que fazia parte do clipe da música "Pedra Quente", um divertido single que haviam pedido algumas vezes e assim ele atendeu fazendo desta a última música dele na apresentação.

Curtiram esse formato de resenha no blog? Eu particularmente adorei! Abaixo deixarei as fotos e vídeos que gravei do show.














sábado, 30 de março de 2024

Poesias famosas nos anos de "Amor ou Luxo"

Caro leitor, para finalizar o mês de março com o segundo post de 2024 do blog "Arte e Multiculturalismo", vamos voltar ao tema de origem desse espaço artístico, ou seja, a literatura. Nesses quase quatro anos de existência desse espaço virtual tive a oportunidade de divulgar textos como poesias, ensaios, crônicas e contos de minha autoria e de diversos escritores tanto nacionais como internacionais, além de promover o lançamento de livros que tive a oportunidade de escrever como o "Mudança de Destino" (ebook) e "Lembranças Inquietas", uma novela policial com pequenas pitadas de terror disponível no Wattpad (link para as duas obras abaixo).

Mudança de Destino em formato ebook (disponível na Amazon) - 2022 - encurtador.com.br/dpU18

Lembranças Inquietas em formato ebook (disponível gratuitamente no Wattpad) - 2023 - https://www.wattpad.com/1310591124-lembran%C3%A7as-inquietas-introdu%C3%A7%C3%A3o

Mas dessa vez, decidi fazer algo diferente e que gosto muito dentro do universo literário chamado "intertextualidade", um recurso que utilizo com certa frequência nas poesias e que me chama muito a atenção quando a observo numa letra de música ou em outra forma literária. Para isso, voltaremos ao período entre o final do século XIX e início do século XX, mas não exatamente para o enredo do livro "Amor ou Luxo" em si (link para compra abaixo) e seus contrastes sociais, dilemas imigratórios e polêmicas de família em um contexto em que elas ajudaram a construir a metrópole São Paulo até os dias atuais e sim para as efervecências literárias vividas naquele período.

Assim, a minha ideia nesse post é selecionar três poesias escritas naquele período que marcou a transição do Parnasianismo para o Pré-modernismo e dessa forma para a primeira geração modernista que traria a sua marca a partir da Semana de Arte Moderna de 1922. Por isso, selecionei para esse post poesias de Olavo Bilac (Língua Portuguesa), Raimundo Correia (Mal Secreto) e Augusto dos Anjos (Versos Íntimos) com versos que de alguma forma conversam com o enredo e os personagens pertencentes à "Amor ou Luxo", sendo os dois primeiros representantes do Parnasianismo e o último considerado o único poeta do movimento literário conhecido como Pré-modernismo.

Obs: ainda tenho alguns poucos exemplares do livro físico comigo com preço mais convidativo do que das marketplaces com brindes surpresas e a pronta entrega!

Boa leitura!


Olavo Bilac - Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

 
Raimundo Correia - Mal Secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!


Augusto dos Anjos - Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!




Fonte: Histórico Demográfico do Município de São Paulo

domingo, 4 de fevereiro de 2024

3 artistas italianos para se ouvir em 2024

 Caros leitores e leitoras, antes de irmos para o tema do primeiro post de 2024 no blog 'Arte e Multiculturalismo' gostaria de agradecer profundamente a quem tanto me ajuda na divulgação e no financiamento do meu trabalho literário, na primeira obra física que publiquei na minha vida, chamada 'Amor ou Luxo' (que também tem italianos na história tal como no título deste post), escrita em 2014 e publicada há poucas semanas atrás.

Todo apoio é sempre muito importante e bem-vindo não só pela satisfação e bem-estar como também pela gratidão e incentivo que me possibilitam que eu possa trazer novas obras literárias e conteúdos diversos também aqui no blog.

Abaixo segue o link de compra nas marketplaces para quem se interessar pela obra e quiser incentivar o meu trabalho. Lembrando que quem estiver em SP e região e puder comprar comigo diretamente o valor sai bem mais em conta e a entrega é imediata.

Amazon - https://www.amazon.com.br/Amor-Luxo-Rodrigo-Ribeiro-Lima/dp/855185691X/ref=mp_s_a_1_1?crid=Q8YCI8ALX54Y&keywords=amor+ou+luxo&qid=1705097502&sprefix=amor+ou+luxo%2Caps%2C343&sr=8-1

Americanas - https://www.americanas.com.br/produto/7476198542/amor-ou-luxo

Submarino - https://www.submarino.com.br/produto/7476198542/amor-ou-luxo

Autografia - https://www.autografia.com.br/produto/amor-ou-luxo/


Sem mais delongas, vamos ao tema do post '3 artistas italianos para se conhecer', aproveitando que nessa semana teremos a realização do aclamado Festival de Sanremo, em sua 74ª edição, que será realizado entre os dias 6 e 10 de fevereiro, com transmissão da RAI. O evento, considerado o maior e mais tradicional de música italiana, acontece desde 1951 e já contou com a presença de artistas do calibre de Peppino Di Capri, Al Bano, Eros Ramazzotti, Andrea Bocelli, Laura Pausini, dentre outros (mais recentemente revelou o grupo Maneskin). O festival já teve até mesmo a presença de artistas brasileiros como Toquinho e Roberto Carlos, sendo que este último alcançou a proeza de ganhar o festival em 1968 em parceria com o cantor italiano Sergio Endrigo e a composição 'Canzone per te'.

Nesse post, selecionei três artistas que além de serem muito talentosos e versáteis, possuem projeção também em grande parte da Europa, mas que infelizmente chegaram com pouca força no Brasil, apesar dos esforços de rádios como a Antena 1 de São Paulo, por exemplo. Por isso, achei fundamental trazê-los a este espaço literário.

Obs: Vale lembrar que artistas italianos como Giorgia e Eros Ramazzotti que também se consagraram a partir de Sanremo, eu já trouxe aqui neste blog e vou deixar o link abaixo para quem tiver interesse.

https://arteemulticulturalismo.blogspot.com/2022/09/top-3-musicas-que-marcaram-o-inicio-da.html


  • Marco Mengoni
O primeiro artista que selecionei para este post trata-se de um cantor de pop-rock originário da cidade de Ronciglione, na pequena província de Viterbo que atualmente conta com cerca de 60 mil habitantes e que fica a menos de duas horas de trem de Roma.

Marco Mengoni começa a ganhar projeção a partir da versão italiana do programa X Factor, que venceu em 2009 e no mesmo ano terminou na terceira posição no Festival de Sanremo, com apenas 20 anos de idade.

 Mas bastaram apenas quatro anos para que Marco conseguisse vencer o festival com 'L'essenziale', representando a Itália no Eurovision naquele ano para conseguir a sétima colocação na final do concurso musical.

Em 2015, o artista italiano conseguiu ganhar o MTV Europe Music Awards como melhor artista de seu país naquele ano e tendo no ano seguinte lançado o álbum 'Marco Mengoni Live' com uma importante parceria com a cantora inglesa Paloma Faith em 'Ad occhi chiusi (Light in You)'.

E como se não bastasse o sucesso de Mengoni em sua primeira vitória em Sanremo no ano de 2013, dez anos depois ele obteve novamente a vitória com o single 'Due Vite', obtendo um excelente quarto lugar no Eurovision de 2023, realizado em Liverpool e melhorando sua participação anterior no festival de dez anos antes.

Marco Mengoni - Due Vite




  • Nina Zilli
A cantora Maria Chiara Fraschetta, de nome artístico Nina Zilli, nascida em Piacenza, no norte da Itália, conhecida por um glamoroso soul e pop, alliados a forte intensidade emocional da música italiana, embora também tenha notável versatilidade de rítmos em seus trabalhos musicais, também deve ao Festival de Sanremo, mais especificamente de 2012, um importante impulso musical, embora sua carreira musical tenha começado muitos anos antes, em 1997 com a banda The Jerks.

Dois anos antes, Nina já havia participado de Sanremo com a canção 'L'uomo que amava le donne', mas foi em 2012 que se saiu vencedora com 'Per Sempre', tendo batido artistas notáveis do cenário musical italiano Gigi D'Alessio, Emma Marrone e Noemi.

Para representar a Itália no Eurovision, a cantora de soul escolheu a canção 'L'amore è femmina (Out of Love)', cantada em italiano e inglês, obtendo assim a nona posição na final daquele ano.

Uma curiosidade inusitada da cantora italiana, é que duas canções de seu álbum de estreia chamadas '50mila' e 'L'Inferno' fizeram parte da trilha sonora do jogo Pro Evolution Soccer 2011, tendo sido esta a primeira oportunidade que tive de ouvir suas composições, além da própria rádio Antena 1, onde ouvi por diversas vezes na minha adolescência a música 'Baccio D'Addio', lançada em 2010 no álbum 'Sempre Lontano'.

Nina Zilli - Per Sempre



  • Tiziano Ferro 
E para encerrar este 'top 3', não poderia faltar este cantor italiano que está intimamente conectado com o meu livro 'Amor ou Luxo', cujo single 'Hai delle isole negli occhi', considero como sendo praticamente a trilha sonora da trama que escrevi em 2014, época na qual também ouvia por diversas ocasiões esta música por meio da rádio Antena 1 que por ter uma de suas sedes em Roma, frequentemente abastecia sua programação com canções vindas da terra da bota.

Tendo nascido em Latina, cidade a sessenta quilômetros de Roma, Tiziano começou sua carreira musical no início dos anos 2000, cantando em italiano e também em espanhol, com músicas voltadas para o pop, o que gradativamente foi se transformando no gênero italiano tradicional como na música que mencionei acima, por exemplo. 

Além de ter realizado duetos e colaborações notáveis com artistas como Mary J. Blige, Laura Pausini e Kelly Rowland, o artista italiano ganhou diversos prêmios durante os anos 2000, como o Grammy latino e alemão em 2003, o MTV Europe Music Awards em 2004 e tantos outros prêmios internacionais de destaque.

Não bastasse esse currículo de sucesso, Tiziano também teve seu álbum 'L'amore è una cosa semplice' como sendo o mais vendido na Itália em 2012 e que conta com o single 'Hai delle isole negli occhi' tão especial e simbólico para mim. Ele também foi convidado a participar do Festival de Sanremo de 2015, como uma das atrações a serem apresentadas ao público a parte da competição que naquele ano contava com nomes de sucesso como Chiara, Malika Ayane, Annalise, Nina Zilli e até mesmo Lara Fabian (os vencedores daquele ano foram o trio de tenores chamado Il Volo que ficaram em 3º lugar no Eurovision).


Tiziano Ferro - Hai delle isole negli occhi