Se eu tivesse que resumir em uma frase esse livro de suma importância na minha trajetória literária, intitulado "50 Poemas intelectuais de um adolescente - Parte III", seria esta a da epígrafe que utilizei no mesmo: "Vivi nesse período meu apogeu amoroso com a tão sonhada concretização e a tão escassa inspiração". Essa relação que a partir de um olhar externo pode parecer o que em economia se denomina tradeoff, na realidade é uma marca daquele período, que parte de seu legado permaneceu como uma constante até os dias atuais, isto é, o aspecto quantitativo das poesias passou a ser deixado em segundo plano em detrimento de maior profundidade e intensidade nas obras literárias.
Volto especificamente ao conteúdo da epígrafe para explicar a contradição que se estabeleceu durante cerca de dois meses (entre maio e julho de 2014), em que esta simplesmente simboliza, em síntese, a consequência da chamada "concretização amorosa", o que na realidade significou a aproximação entre poeta e musa inspiradora, além das tradicionais cenas de idealização amorosa, o que se revelou possível a partir da realização de um Sarau, como fora comentado brevemente no primeiro post deste blog. Em síntese, a missão de conhecer a musa inspiradora da época como ela realmente era, na sua profundidade como pessoa, seria naturalmente, a de também abrir mão da idealização em si, esta um dos principais motores dos versos produzidos até então. Esse novo contexto estabelecido teve, por consequência, a redução dos elementos responsáveis pela inspiração, e assim a diminuição do número de poesias propriamente dita.
A seleção dos poemas a serem expostos a seguir teve como critério principal o abarcamento dos principais momentos vividos durante o período exibido no livro, contemplando seguintes fases: as altas expectativas para a realização do Sarau (aqui destaco o poema "Ninfas das ninfas" com forte presença de elementos mitológicos), o período no qual mantive conversas praticamente diárias com a personagem principal das poesias, a forte escassez de inspiração durante o recesso acadêmico (com a devida ressalva para a poesia "A beleza em Bertioga"), além de realizar uma readequação incremental para um novo momento literário, no qual havia-se o anseio da ascensão de uma nova musa inspiradora, em detrimento da anterior. Essa transição que se iniciou ao final de julho de 2014, ainda levaria um longo período para o estabelecimento de uma personagem que tivesse a hegemonia da inspiração no campo poético, com os devidas inserções de novos elementos históricos e artísticos adquiridos durante o interregno descrito acima.
Também destaco que as figuras de linguagem que envolviam anjos passaram a ser forte característica durante o segundo semestre de 2014, fazendo assim a interlocução não somente com a capa do livro em si, como ao simbolismo que esse personagem representa em relação à idealização da musa, e às limitações que este ser espiritual carrega em si, além do significado metafórico quando o mesmo passa a "habitar" o nosso planeta, e estabelece no próprio personagem uma estrutura física idêntica aos seus "semelhantes".
Apesar do meu desejo inicial de "enxugar" ao máximo a seleção de poesias para o espaço criado neste blog, a fim de que este pudesse ser sintético e apresentar somente o conteúdo considerado essencial para a reflexão de cada visitante, ao mesmo tempo, não pude deixar de selecionar nessa última parte da trilogia obras literárias pertencentes à cada período (como explicado acima) e que a partir do meu julgamento pessoal considero a divulgação de cada uma delas como de suma importância, visto que enxergo esse período como um dos mais importantes da minha trajetória literária pessoal.
Assim sendo, espero a compreensão e desejo à todos uma ótima leitura!
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