Que covardia eu ter me acomodado
Ignorá-la sem qualquer comiserar
Peço perdão a minha czarina
Nessa atitude de se envergonhar
Minha Ninfa vive se questionando
- Por quê o poeta não está a me amar?
Mas continuo súdito de sua nobreza
O dia com perfeição está a laurear
Combata esses pensamentos, minha princesa!
Seus modos continuam a me embevecer
No tácito e cândido idílio amoroso
Sentimento que recrudesce sem fenecer
Há uma semana havia feito o milagre
De resgatar a chama amorosa
Mas a incúria me enlanguesce
Pelo amor da Vênus sequiosa
Mas ela me controla pelo devaneio
Quer que eu vença a morbidez
Da poesia ultrarromântica
E que eu domine a pujante timidez
Avisou-me pois queria o meu bem
- Largue o Álvares e viva o amor
Verdadeiro sem a indolente idealização
Aproveite essa meiga e jovial flor
Devo pegar no palor de sua mão
E desbravar o esplendor da natureza?
Ou ficar e buscar a dignidade
Da feminilidade de sua beleza?
Viajei em mais um cândido devaneio
O tempo de incúria fez-me ensandecer
Diante da maviosa filha de natureza
Lânguida jovem com quem quero viver
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