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sábado, 23 de maio de 2020

Comodidade e infelicidade (2014)


Que covardia eu ter me acomodado
Ignorá-la sem qualquer comiserar
Peço perdão a minha czarina
Nessa atitude de se envergonhar

Minha Ninfa vive se questionando
- Por quê o poeta não está a me amar?
Mas continuo súdito de sua nobreza
O dia com perfeição está a laurear

Combata esses pensamentos, minha princesa!
Seus modos continuam a me embevecer
No tácito e cândido idílio amoroso
Sentimento que recrudesce sem fenecer

Há uma semana havia feito o milagre
De resgatar a chama amorosa
Mas a incúria me enlanguesce
Pelo amor da Vênus sequiosa

Mas ela me controla pelo devaneio
Quer que eu vença a morbidez
Da poesia ultrarromântica
E que eu domine a pujante timidez

Avisou-me pois queria o meu bem
- Largue o Álvares e viva o amor
Verdadeiro sem a indolente idealização
Aproveite essa meiga e jovial flor

Devo pegar no palor de sua mão
E desbravar o esplendor da natureza?
Ou ficar e buscar a dignidade
Da feminilidade de sua beleza?

Viajei em mais um cândido devaneio
O tempo de incúria fez-me ensandecer
Diante da maviosa filha de natureza
Lânguida jovem com quem quero viver

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