Pesquisar este blog

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Falta de lágrimas (2014)


Faltam-me lágrimas para chorar
Reagi a noticia com frieza
Ela não conseguiu me amar
Criou amargura e tristeza

No sonho estava a implorar
Pedindo seu nobre perdão
Prenúncio de que iria acabar
O amor que dominou meu coração

O tácito idílio era uma ilusão
Que criei por estar apaixonado
Escapei da catarse da emoção
Novamente não fui amado

Os livros “diziam” o meu amor
O que eu não conseguia falar
Seus elogios não evitaram a dor
Causado pela menina sem comiserar

A frequência tirou-me a reação
De um combalido sonhador
Desnorteei-me e fiquei sem chão
Ao ver “tão distante” seu palor

Também errei e estou a sofrer
A timidez causou a lentidão
O real esfriou meu embevecer
Fugi da intensa emoção

No coração aumenta a ferida
Por eu amar e não ser amado
Triste destino da vida
O fenecer do idílio idealizado

A frieza russa pude manter
No terminar da czarina
Falhei e devo esquecer
A bela e fria menina

A ventura maltratou o sonhar
Do amor que seria realizado
A musa não pôde me amar
Deixou-me deveras arrasado

Que o tempo avance sem a saudade
Da cruel chama do amor
O cupido mostrou sua maldade
Me levou no engano com dor

Impedido de ver a felicidade
De um cruel apaixonado
Sempre a procura de dignidade
Para realizar o amor idealizado

Sua voz fraca me combaliu
Nas palavras apenas o desejo
De mostrar que tudo ruiu
Acabando com o meu ensejo

Como seguirei sem ter direção?
Quem dera pudesse esquecer
Preservaria o cansado coração
O sofrimento teria fenecer

Agora que estou desolado
Não quero o que é tentador
Mostrar-se apaixonado
É alternar a dor com o amor

“No amor alternam-se a alegria e a dor”
Lord Byron

Nenhum comentário:

Postar um comentário